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“Não existe gol feio, feio é não fazer gol”, Dadá Maravilha.

Por Lelê Teles*

Bolsonaro não está à espera de aplausos e nem convidou dezenas de embaixadores com esse propósito; não sejamos ingênuos.

Bolsonaro quer sangue.

É por isso que o Necrarca cada dia estica mais a corda.

Agora, ele deixou claro que pretende acirrar os ânimos com a justiça eleitoral; foi por isso que ele provocou nominalmente alguns ministros.

Briga de rua; coisa de moleque do nariz sujo.

O sujeito sabe que vai perder nas urnas, percebe que está perdendo nas ruas e na ágora digital.

Ele também sabe que se tentar capitolizar a derrota — principalmente se essa for acachapante e em primeiro turno — poderá dar com os burros n’água; o mundo o condenará, o lance do Trump deixou um trauma e o golpe na Bolívia levou Jeanine à cadeia.

Bolsonaro também sabe que fora das quatro linhas quem joga é o gandula.

Ele vai ter que partir pro ataque, porque está perdendo e o tempo está se esgotando.

Então, ele precisa sacar uma firula dentro do campo.

É por isso que ele anda ciscando na pequena área, forçando um contato, ele quer a falta.

Bolsonaro está à espera de uma bola parada.

Se Alexandre de Moraes der um carrinho por trás, ele coloca a bola debaixo do braço e pode sonhar com um lance mágico e únic

A facada foi uma bola parada.

Bolsonaro tenta desmoralizar o sistema eleitoral, e os ministros, para colocá-los sob suspeita; ele se diz perseguido por aqueles que querem a volta do Lula.

Enquanto espera a falta, Bolsonaro provoca o adversário, dando cotoveladas.

É preciso sagacidade.

Porque se o juiz resolver expulsá-lo com um cartão vermelho, cassando a sua candidatura, por exemplo, pode fazer com que a torcida acredite que o juiz meteu a mão de gato; aí vai ter invasão de campo e a partida é canelada; vira várzea.

Fazer a falta é fazer o jogo dele.

O melhor é esperar o jogo terminar, erguer os braços e apitar o fim da partida.

Como diria o grande filósofo Quincas Borba, fundador do humanitismo, “ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor as batas”.

Palavra da salvação.

*Lelê Teles é jornalista, publicitário e roteirista

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