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Desde o trimestre entre abril e junho de 2014, nenhum setor produtivo conseguiu retornar aos níveis registrados antes da crise. Cinco anos depois do início da articulação para o golpe contra presidente Dilma Rousseff, a economia está arrasada e os economistas conservadores seguem sem conseguir encontrar explicações para o agravamento da crise. Eles recusam-se a reconhecer que o programa do golpe, bem como o neoliberalismo do adotado pelo governo Jair Bolsonaro, acabou por liquidar a economia brasileira.

Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, atividades como a construção civil encontra-se 27% abaixo do registrado em 2014 e a indústria está 16,7% aquém do desempenho no mesmo período. No setor de varejo a queda é 5,8% e na área de serviços o desempenho é 11,7% inferior.

Para o o economista-chefe do Banco Votorantim, Roberto Padovani, “há uma diversidade de diagnósticos. Quando se tem isso, é porque ninguém está entendendo direito o que está acontecendo – o que é raro de se ver”. “Havia a ideia de que a mudança do ciclo político (com a chegada de Michel Temer à Presidência, em 2016) daria um choque de confiança e melhoraria a situação. Mas houve uma frustração, porque a ociosidade era tão grande que mesmo os mais otimistas não investiram”, completa.

Para o ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore, o país já está em depressão, uma vez que o PIB per capita cresceu apenas 0,3% por ano nos últimos dois anos, fechando 8% menor que o registrado antes da depressão.

Um outro fator de preocupação está na instabilidade política resultante do governo Bolsonaro. Segundo o economista Claudio Considera, do Ibre/FGV, a falta de articulação com o Congresso traz insegurança jurídica e acaba por afastar o investidor. “A agenda de costumes do governo Bolsonaro não traz avanço para a economia. Só produz barulho desnecessário. Decisões desfeitas também. Essas trazem insegurança jurídica. O presidente não pode falar de tsunami”, avalia.

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