O jornal francês Le Monde (O Mundo) foi fundado em 1944 e é um dos mais importantes e respeitados em todo o planeta. Em 17 de abril, o Monde publicou, na primeira página, artigo escrito por Lula em que denuncia sua prisão ilegal e fala de sua candidatura a presidente. Nem o presidente em exercício do Brasil despertaria tal interesse na Europa. Na verdade, nenhum outro brasileiro, possivelmente.
Se Michel Temer, Jair Bolsonaro, Marina Silva, Ciro Gomes, Geraldo Alckmin ou qualquer outro político de destaque no Brasil fosse preso e escrevesse um artigo denunciando a própria prisão e explicando por que se candidatou a presidente, jamais teria o artigo sequer publicado – quanto mais com ENORME DESTAQUE na primeira página.
O título do último artigo de Lula no “Monde” é “Por que quero ser presidente do Brasil novamente”
O primeiro parágrafo do texto resume o conteúdo inteiro:
“Sou candidato a presidente do Brasil, nas eleições de outubro, porque não cometi nenhum crime e porque sei que posso fazer o país retomar o caminho da democracia e do desenvolvimento, em benefício do nosso povo (…)”
O destaque que a publicação francesa deu a Lula não se explica, tão somente, pelos governos mundialmente reconhecidos do ex-presidente ou pelo seu enorme apoio entre os brasileiros mesmo estando preso.
A imprensa e a comunidade europeia reagem ao que enxergam como uma atitude ditatorial da imprensa e do Estado brasileiro que se traduz, inclusive, em censura a Lula e a notícias sobre ele.
Nesse contexto, reportagem da Rádio França Internacional dá conta de que o mesmo Le Monde criticou duramente a ocultação, pela grande imprensa brasileira, de uma foto que se espalhou como fogo pelo mundo no dia da prisão de Lula
“Um homem que parece ter emergido da multidão, sendo carregado por diversos braços, e sendo engolido pelo povo (…) O vermelho do Partido dos Trabalhadores, dividido em um belo equilíbrio cromático, guia o olhar do espectador (…) A fotografia não apareceu nas capas dos jornais brasileiros, recebendo um lugar discreto no meio das páginas. Foi nas redes sociais que ela encontrou sua glória, mas também no New York Times de 8 de abril”, diz a colunista Marion Dupont
A direita judiciária-midiática brasileira tentou humilhar e desmoralizar Lula de todas as formas. Julgou-o em um processo viciado cujo resultado estava escrito desde que foi aberto e o prendeu enquanto sonegava à sociedade qualquer informação que contrariasse a tese que queria ver triunfar, mas fracassou miseravelmente.
Além de liderar as pesquisas após ser preso sem que sua pré-candidatura tenha sofrido qualquer abalo, Lula vem tendo sua inocência exaltada nos quatro cantos do mundo. Não existe um só político brasileiro, em toda história – vivo ou morto – que tenha tido apoio interno e externo sequer parecido.
Lula já venceu, ao menos nos livros de história.
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