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O ex-ministro da Educação e da Casa Civil Aloizio Mercadante comparou o presidente Jair Bolsonaro com o exterminador do futuro. O ex-ministro diz que o presidente vem do passado para comprometer o futuro.

“O exterminador do futuro é uma máquina que vem do futuro para tentar alterar o futuro quebrar a resistência do poder imperial caótico que existe. O Bolsonaro é o exterminador do futuro que veio do passado para comprometer o futuro. É um projeto de extrema-direita que quer mudar o regime político no país, essa é a disputa fundamental que está em jogo”, disse Mercadante.

Ele também lembrou que o prefeito de Nova Iorque, Bill de Blasio, que não quer sediar na cidade homenagens ao presidente brasileiro. “Ele traz o germe da destruição. É uma liderança política que o mundo inteiro tem ojeriza, ele não consegue sequer ser homenageado, ninguém quer recebê-lo, nem o prefeito de Nova Iorque. Depois de ele ter entregue a Embraer, a base de Alcântara, depois de tirar o trigo da Argentina e transferir para os Estados Unidos, depois de toda humilhação que foi feita, de bater continência para a bandeira americana, os Estados Unidos, as instituições americanas, não querem receber o Bolsonaro”.

Mercadante ressaltou as transgressões de Bolsonaro aos valores civilizatórios. “Ele representa uma agressão aos valores civilizatórios, acho que é o único líder da história, político e eleito, que defende a tortura. Ele defendeu a milícia no Brasil, grupo de extermínio, a cultura do extermínio. É um presidente que defende uma ditadura que torturou, que perseguiu, que exilou e que tem como herói um torturador. Esses valores estão comprometendo o futuro e as consequências vão chegando”.

Outro fato lamentável citado pelo ex-ministro foi o fuzilamento do carro músico Evaldo Rosa e de sua família com mais de 80 tiros no Rio de Janeiro pelo Exército. “O tempo todo ele patrocina a violência, toda aquela campanha de estimular crianças a pegarem em armas, que os filhos começaram a atirar desde os 5 anos de idade, toda essa atitude de violência acaba se desdobrando no que nós estamos vendo. Quando um músico, com a família, com o filho e com a mulher, tomam 80 tiros e o presidente da República fala: ‘o Exército não matou ninguém’, é muito grave. Cada vez que ele se manifesta é uma agressão aos valores dos direitos humanos, da democracia, das liberdades e do respeito ao outro”.

Aloizio Mercadante também comentou sobre a grave crise econômica do país e voltou a criticar as medidas de Bolsonaro. “Todos os estímulos que você precisa para a economia crescer estão sendo polidos. Os bancos públicos estão totalmente fragilizados, os investimentos públicos paralisados, toda a estrutura da construção civil foi destruída pela forma como foi conduzido o combate a corrupção, 63 milhões de pessoas estão endividadas, não têm acesso ao crédito, temos mais de 13 milhões de desempregados, a pobreza absoluta já atinge 15 milhões de pessoas, todo esse quadro exige medidas urgentes do Estado para fazer estimular a demanda, reativar o consumo, para permitir reverter essa tendência destrutiva”.

Para o ex-ministro, uma reação da população acontecerá caso as políticas se mantenham. “Bolsonaro é um macaco em uma loja de louça, quebrando e quebrando e quebrando… e os cacos não formam mais uma nação. A crise de representação política institucional é que o Brasil não consegue projetar uma imagem, as pessoas não conseguem se reconhecer nas instituições, isso é muito grave para o processo democrático. A medida em que esse processo está em andamento eles estão cada vez mais inseguros sabendo que haverá uma reação social”.

O ex-ministro opinou sobre o caso do STF que ordenou, por meio de inquérito instaurado pelo ministro Alexandre de Moraes, que fossem retiradas do ar reportagens de O Antagonista e Crusoé que citavam o ministro Dias Toffoli. Mercadante acredita que foram atingidos pelo ação da Corte direitos previstos na Constituição. “Eu acho que eles erraram em alguns encaminhamentos, por exemplo, eu acho que a liberdade de expressão e liberdade de imprensa é um ponto fundamental da Constituição e da democracia. Quando eles atingiram esse princípio geraram uma resistência contra que não era necessária. Não precisava ter caminhado por aí”.

Aloizio Mercadante defendeu a investigação sobre possíveis difamações a ministros do STF. “Eu acho positivo que se apure, se investigue, se houver de fato fatos e provas que se apresentem, e que se tomem as providências necessárias. Sou favorável a essa investigação de fake news, no entanto, acho que os procedimentos ainda precisam ser aprimorados e que algumas iniciativas foram equivocadas, que prejudicam o objetivo maior que é apurar essa farsa”.

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