Setores que o apoiaram em 2018 começam a se afastar, opina o senador
O senador Major Olimpio, líder do PSL, não vê como impossível o impeachment do presidente Jair Bolsonaro, caso a crise persista.
Em entrevista ao site Congresso em Foco, o senador afirmou que segmentos decisivos para a eleição de Bolsonaro em 2018, como o agronegócio, os profissionais de segurança pública e os evangélicos, representados pelas bancadas mais influentes no Congresso, estão se distanciando do presidente por insatisfação com o seu governo. Os investidores, observa ele, também não se sentem seguros em apostar no país, devido à instabilidade política criada quase sempre pelo próprio presidente e seus filhos.
“Já temos esse isolamento, essas crises criadas por nós mesmos. Não precisamos de mais problema. O Brasil sofreu no impeachment do Collor e da Dilma, vamos vencer o coronavírus, é melhor corrigir os rumos do que pensar em qualquer solução traumática. Mas acaba não sendo descartada solução dessa natureza se avançar com o volume de crises”, disse.
E acrescentou: “Descarto renúncia. Do pouco que conheço do presidente, ele é corajoso e arrojado, não vejo possibilidade. Dentro da lei do impeachment ainda não tem requisito para provocar o impedimento do presidente. Mas isso é uma questão de interpretação. Todo mundo sabe que nós tínhamos as condições das peladas fiscais que, em tese, foram praticadas por inúmeros governantes. Até o dia em que Eduardo Cunha se sentiu acuado pela Dilma e pela base dela e aí colocou para a Câmara avaliar se era caso de impeachment. No papel está escrito pedaladas fiscais, mas pegaram a Dilma pelo conjunto da obra. Não deixa de ser avaliação política. Temos de ter todo cuidado do mundo para não deixar casca de banana no caminho do presidente e torcer para ele mesmo não jogar casca lá na frente onde vai andar”.
De acordo com Olimpio, “os policiais nos estados, as guardas municipais, o sistema prisional, todos esperavam mais, queriam atitudes e investimentos concretos. O distanciamento da bancada da agropecuária é bom sinal de alerta para o presidente. Outro grupo muito forte de apoiamento ao presidente, os evangélicos, já está bastante dividido. É para ligar o alerta”, defende. “Quem está se isolando é o presidente”, completou.
Leia aqui a entrevista completa.
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