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Expoente da Bancada da Bala já foi condenado por porte ilegal de armas e acusado de financiar campanha com propina.

Em 2015, Conselho de Ética já arquivou denúncia anterior contra Fraga

Alberto Fraga não é apenas um desavisado tuiteiro que ajudou a difundir mentiras sobre Marielle Franco após o assassinato da vereadora carioca, na semana passada. Deputado federal pelo Democratas, Fraga é integrante da Bancada da Bala e foi um dos agraciados com 80 mil reais em doações eleitorais da Forjas Taurus, em 2014.

Orgulhoso, o deputado já posou, em mais de uma ocasião, exibindo  dentro do gabinete e em frente ao Congresso. Sorridente, também foi fotografado ao lado de Jair Bolsonaro, pré-candidato do PSL à presidência da República, fazendo gestos em que suas mãos fingiam ser armas.

Coronel reformado da PM do Distrito Federal, o parlamentar foi condenado em 2013 a quatro anos de prisão por porte ilegal de um revólver e 289 munições, encontrados em um flat ligado a ele. Fraga alegou que a apreensão teria sido uma armação, mas não adiantou.

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Apesar da sentença, foi o deputado mais votado do DF na eleição de 2014. O cumprimento da pena, então, ficou condicionado a uma batalha jurídica que permitiu a Fraga se manter no cargo.

No ano passado, uma gravação feita em 2009 foi obtida pela TV Globo. No áudio, Fraga, então secretário dos Transportes do governo de José Roberto Arruda no DF, reclamava, em seu tom característico, de valores muito baixos nas propinas pagas por cooperativas de micro-onibus.

“Agora tá explicado, as coisas acontecendo e eu com cara de babaca aqui, entendeu? E o cara, você veja, o cara ganhou com isso aí, o que é que acontece? Ele, ele ganhou muito mais dinheiro, vamos dizer assim, do que o próprio secretário”, reclamou em conversa com Jefferson Magrão, então representante do Ministério Público junto às cooperativas.

Mas nem só de doações da Taurus viveu a campanha de Fraga. Muito além do valor pago pela empresa gaúcha, recebeu cerca de R$ 1 milhão da empreiteira UTC, que pediu recuperação judicial no ano passado após investigações da Lava Jato revelarem suas ligações com esquemas variados de propina e financiamento ilegal de campanhas.

O dinheiro foi registrado como repasse da direção estadual do DEM à campanha, mas seria, segundo investigações da Lava Jato, fruto de propina. Fraga se defendeu afirmando que apenas recebeu o que foi repassado pelo diretório estadual.

Após ter sobrevivido a tais escândalos, Fraga se viu enroscado em uma questão mais delicada: o deputado se prestou a espalhar, no Twitter, uma mentira sobre o passado de Marielle Franco, acusando-a de envolvimento com narcotráfico, inclusive. A reação das redes levou o deputado a, primeiro, apagar a postagem.

Em seguida, Fraga escreveu uma série de tuítes tentando se explicar e afirmando que procuraria se informar melhor para postar coisas “mais consistentes”. Por fim, apagou os perfis tanto no Twitter quanto no Facebook.

O Psol promete denunciar Fraga ao Conselho de Ética da Câmara. A conferir se o órgão levará adiante a denúncia. Em 2015, o mesmo Fraga foi denunciado após declarar, durante uma discussão com Jandira Feghali (PCdoB), que “mulher que bate como homem tem que apanhar como homem também”. O Conselho arquivou a denúncia.

Carta Capital