Presidente recebeu, nesta quarta (19), a visita oficial do primeiro-ministro português, Luís Montenegro, no contexto das celebrações dos 200 anos das relações entre os países; Brasil e Portugal firmaram acordos de cooperação e anunciaram investimentos estratégicos
Os governos de Brasil e Portugal adensaram ainda mais as relações bilaterais
O presidente Lula recebeu, nesta quarta-feira (19), o primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, no Palácio do Planalto. A reunião de alto nível (XIV Cimeira Luso-Brasileira) está inserida no contexto dos 200 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre os países. Os mandatários assinaram acordos de cooperação e memorandos de entendimento em benefício de ambas as economias.
Lula detalhou o teor das conversas que teve com Montenegro e o objetivo das parcerias firmadas com o governo português. Durante discurso, o presidente elogiou as cifras do comércio bilateral em 2024 (US$ 4,7 bilhões) e defendeu o acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE), concluído no ano passado. “Estou certo de que continuaremos a caminhar juntos em prol da construção de um mundo mais justo, mais livre e mais próspero”, afirmou.
Ao se referir à deflagração da guerra comercial dos Estados Unidos contra o mundo, Lula condenou a adoção de barreiras tarifárias. “Quando o protecionismo comercial ganha força no mundo, demonstramos o potencial da integração. Não há dúvidas de que o acordo [Mercosul-UE] trará benefícios para os dois blocos”, indicou o petista.
“Ele significará acesso a bens e serviços mais baratos, aumento dos investimentos e cooperação renovada para proteger o meio ambiente, sem prejuízo da política de neoindustrialização brasileira”, prosseguiu.
Parceria bicentenária revigorada
Os governos de Brasil e Portugal adensaram ainda mais as relações bilaterais ao anunciarem uma série de atos e investimentos estratégicos nesta quarta. Veja abaixo o resultado da XIV Cimeira:
– Compra de 12 aeronaves modelo Super Tucano pela Força Aérea Portuguesa
– Parceria entre a Embraer e a Indústria Aeronáutica de Portugal (OGMA) para adaptação do Super Tucano aos padrões da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan)
– Abertura de escritório da Embraer Defesa e Segurança em Lisboa
– Abertura de escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) em Lisboa
– Abertura de escritório de cooperação do Ministério das Relações Exteriores (MRE) em Lisboa
– Cooperação para aperfeiçoar o domínio da investigação e do combate a organizações criminosas e terroristas
– Memorando de entendimento no setor de infraestrutura, mais especificamente portos, visando o desenvolvimento e a operação de terminais
– Memorando de entendimento sobre alimentação saudável e prevenção da obesidade
– Memorando de entendimento sobre clima e ecossistema
– Memorando de entendimento para promover o diálogo digital e o intercâmbio de boas práticas entre os governos de Brasil e Portugal
– Memorando de entendimento que estabelece as bases de cooperação entre o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e a instituição portuguesa Museus e Monumentos
– Plano de ação conjunta para estimular o turismo durante o período 2025-2027
– Memorando de entendimento para cooperação na produção de vinhos e de outros produtos vitivinícolas
Relações Brasil-Portugal
Como se sabe, as relações luso-brasileiras já duram mais de cinco séculos e remontam ao antigo Império Português, que chegou ao Brasil em 1500 e transformou a nova terra em colônia. A independência veio somente em 7 de setembro de 1822. O Tratado do Rio de Janeiro, em 1825, deu início às relações diplomáticas entre os países.
Os laços que unem Brasil e Portugal, contudo, vão muito além da dimensão histórica. De acordo com o MRE, “há interesse mútuo em valer-se do capital político bilateral para aprofundar os fluxos de comércio e de investimentos e para criar novas parcerias nos campos científico, tecnológico, cultural e educacional”.
Portugal tem diversificado suas relações políticas e comerciais. Nesse contexto, o Brasil é ator relevante para o futuro do país, razão pela qual o governo português apoia o acordo Mercosul-UE.
Com informações do PT Org
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