Em editorial, jornal critica retomada da refinaria que vai gerar 30 mil empregos, tornar o Brasil autossuficiente em diesel e faturar US$ 100 bilhões por ano
Em editorial publicado neste sábado, chamado “Lula demonstra que o PT não aprendeu com seus erros”, o jornal O Globo, da família Marinho, ataca o presidente da República, a Petrobrás e a própria ideia de desenvolvimento da economia nacional. O texto se coloca contra a retomada das obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, um projeto que vai gerar 30 mil empregos, tornar o Brasil autossuficiente em diesel e gerar receitas de US$ 100 bilhões por ano.
Aparentemente, o Globo sugere que o Brasil deva manter um modelo de economia de caráter colonial e extrativista, exportando petróleo bruto e importando derivados de países desenvolvidos, que passaram a exportar diesel para o Brasil em grandes volumes após a guerra contra a Petrobras a partir da Lava Jato.
“Nenhum eleitor pode esperar que governantes sejam imunes ao erro. Mas pode — e deve — exigir que aprendam para não repeti-los. Por isso causou espanto o discurso em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou investimentos bilionários na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. O anúncio, além de um contrassenso, é prova de que o PT pouco aprendeu com seu passado”, escreveu o editorialista do Globo.
“É verdade que o Brasil importa o combustível. Também é certo que o refino vive momento favorável, e as obras estão pela metade. Mas nada disso sustenta a viabilidade econômica do investimento”, prossegue o editorialista, em seu texto falacioso.
O editorialista ainda privatizações no refino, o que tornaria o Brasil refém de preços determinados pelo mercado internacional – o que não faz sentido algum para um país que é grande produtor de petróleo. Não custa lembrar que a adesão a uma política de preços internacionais, após o golpe de estado de estado de 2016, recolocou o Brasil no mapa da fome. Também é importante destacar que a nova estratégia comercial da Petrobras contribuiu para que, no primeiro ano do governo Lula 3, o Brasil cumprisse sua meta de inflação e reduzisse os preços de alimentos, fortemente dependentes do custo do transporte.
“O plano de privatizar refinarias, abandonado desde a posse de Lula, deveria ser retomado para trazer fôlego à Petrobras e aumentar a competição no mercado de combustíveis, onde os preços são ainda ditados pela empresa”, escreve o editorialista do Globo, que ataca a retomada de investimentos até mesmo no Rio de Janeiro, estado onde o grupo de comunicação é sediado. “O governo parece inabalável em sua crença no Estado como indutor do crescimento. Outro sinal disso é o plano de ampliar o GasLub (antigo Comperj), em Itaboraí (RJ), para erguer uma unidade de produção de diesel renovável e uma petroquímica”, escreve.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta quinta-feira (18), durante a cerimônia de retomada das obras da Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca, Pernambuco, que a unidade, uma vez em pleno funcionamento, terá uma receita anual de US$ 100 bilhões. O evento contou com a presença de autoridades locais, incluindo a governadora Raquel Lyra e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.
A Petrobras e o Governo Federal preveem a geração de aproximadamente 30 mil empregos diretos e indiretos com a ampliação da refinaria. A iniciativa faz parte do Plano Estratégico 2024-28+ da Petrobras e está integrada ao Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O projeto inclui a conclusão do Trem 2 da refinaria até 2028, aumentando sua capacidade para processar 260 mil barris de petróleo por dia.
Além da expansão, a Refinaria Abreu e Lima incorporará a primeira unidade SNOX do refino brasileiro, dedicada à transformação de óxido de enxofre (SOx) e óxido de nitrogênio (NOx) em um novo produto comercializável. A construção do Trem 1 (Revamp) também está em andamento para ampliar a produção, melhorar o escoamento de produtos leves e aumentar a capacidade de processamento de petróleo do Pré-sal.
O investimento previsto pela Petrobras nos próximos cinco anos totaliza US$ 17 bilhões em projetos de refino, transporte e comercialização, visando aprimorar a capacidade de produção de diesel e expandir gradualmente a oferta de produtos para o mercado de baixo carbono.
No evento, a Petrobras lançou o Programa Autonomia e Renda, que oferecerá cursos de capacitação a pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica. A iniciativa, em parceria com SESI-SENAI e Institutos Federais, disponibilizará mais de 19 mil vagas em estados como Pernambuco, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. Os participantes receberão bolsas-auxílio durante o período de cursos, com prioridade para grupos como mulheres, pessoas negras, pessoas com deficiência e refugiados.
Por 247
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