Lula declarou que é PT, mas o governo não será PT, ou seja, apenas PT. É nessa estratégia que se insere o fator Geraldo Alckmin. Seria a prova maior de seu propósito de convocar uma grande frente nacional com vistas ao desafio da reconstrução do país.
A entrevista concedida por Lula a portais independentes – a primeira de 2022 – ajuda a elucidar os pontos centrais de sua campanha presidencial, e o estilo que pretende adotar se eleito.
A coletiva confirmou o que tinha antecipado no dia 20 de dezembro, no “Xadrez do início da maior campanha popular da história”. Os fatores-chave seriam os seguintes:
Na entrevista, Lula enfatizou esses pontos. Disse que no seu governo não haverá mais políticas produzidas de cima para baixo, por sábios, sem participação direta dos setores envolvidos.
Esse modelo pressupõe um amplo alargamento das bases de apoio e das alianças. Lula declarou que é PT, mas o governo não será PT, ou seja, apenas PT. É nessa estratégia que se insere o fator Geraldo Alckmin. Seria a prova maior de seu propósito de convocar uma grande frente nacional com vistas ao desafio da reconstrução do país.
Não adianta ser eleito, criar expectativas e não ter força política para implementar as mudanças, disse Lula. Só se conseguem as mudanças se houver uma base política forte no parlamento e nos estados. E seu governo terá dois grandes desafios, diz ele: colocar o pobre no orçamento e o rico no imposto de renda.
O ponto central será o foco no cidadão, especialmente nos mais desassistidos. Na entrevista, Lula deixou claro que discussões sobre política econômica, política monetária, Banco Central, irão para segundo plano. O tema central é tirar novamente o país do mapa da fome e da falta de moradia.
Não há intenção de agredir o capital financeiro, nem de inibir a participação do capital privado nos investimentos, pelo contrário. Mas haverá a necessidade imperiosa de que as demandas do mercado estejam amarradas ao objetivo de melhorar o país e a situação dos mais pobres.
Além da ampla participação da sociedade civil nas políticas públicas, Lula coloca todas as fichas de crescimento no papel do Estado, através dos investimentos públicos e da participação das estatais. Não anunciou reestatização de estatais estratégicas, mas deixou uma mensagem no ar: na época em que começaram a vender estatais alertei os compradores que, mais à frente, poderia entrar um governo com visão totalmente diferente sobre o papel do Estado. Petrobras, BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica terão papel central na retomada dos investimentos, diz ele.
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