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O ex-prefeito de São Paulo e ex-candidato a presidente da República Fernando Haddad (PT), em entrevista à TV 247, afirmou que o ex-presidente Lula (PT) terá que fazer um governo diferente do que já fez caso volte ao poder a partir da eleição de 2022. O petista ainda falou sobre sua visão acerca do próximo ano eleitoral, comentando até mesmo sobre o que pensa acerca do nome a ser escolhido como candidato a vice de Lula.

O foco da nova gestão, segundo ele, tem de ser a reconstrução do país, arrasado desde o golpe de 2016 contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e pelo bolsonarismo. “O Lula está bem, conversando com todo mundo, fazendo os acenos devidos porque ele precisará fazer um governo diferente, ele vai ter que reorganizar o país com forças políticas novas, vai ter que ter uma renovação política, quadros técnicos novos, reconstrução dos órgãos públicos que estão destroçados, das políticas públicas que foram aniquiladas. Então é efetivamente um governo de reconstrução, que vai ter que contar com a boa vontade de muita gente nova. Mas eu acho que o Lula é o único que tem condições de exercer essa liderança hoje no país, até pelo prestígio internacional. Facilitará muito o trabalho do Brasil você não ter dúvidas de quem preside o país”.

Terceira via

Fazendo uma análise do que virá pela frente nas próximas eleições presidenciais, o petista falou sobre a chamada “terceira via”, representada por nomes de centro e direita que aparecem nas pesquisas com desempenhos ruins até o momento, como o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT).

“O espaço para a terceira via é um espaço reduzido. Quando você pergunta sobre rejeição a Lula e Bolsonaro dá 20%. Quando você abre a rejeição a um candidato da terceira via, ela também é alta. Então o teto da terceira via está baixo e os nomes que estão colocados para a terceira via tem uma rejeição igual ou superior aos dois que estão liderando as pesquisas. Então é uma situação muito estranha a da terceira via”.

Vice

Questionado sobre o texto escrito por Lula em homenagem à empresária Luiza Trajano, dona da rede Magazine Luiza, e sobre os rumores de que ela seria uma possível candidata a vice-presidente em uma chapa com o ex-presidente, Haddad afirmou que enxerga para Lula outro tipo de composição.

“Eu acho que o perfil de vice do Lula é de outra natureza, na minha opinião. Acho que é um pacto pela democracia e pela política, pela afirmação da política e da democracia. A saída é pela política e o meio é a democracia, o meio de achar a saída é a democracia. Então acho que o perfil tem que estar muito sintonizado com esse espírito. E obviamente que não pode ser um neoliberal, não tem condição. Essa turma está destruindo o país”.

Haddad, no entanto, elogiou Luiza e reconheceu nela um nome diferenciado dentre a categoria de empresários.

PT em 2022

O papel do PT no próximo ano eleitoral, para Haddad, é garantir a presença de candidatos progressistas em todos os estados do país concorrendo ao cargo de governador, sendo do próprio partido ou não. “A gente tem um tabuleiro com 27 unidades da federação. Precisamos ter palanques competitivos, e não precisam ser necessariamente do PT, mas precisam ser competitivos. Se a gente vai apoiar um candidato em Pernambuco que não seja do PT, ele tem que ser competitivo. Se vamos apoiar alguém no Rio que não seja do PT tem que ser competitivo. Se não tiver um nome competitivo progressista o PT tem que lançar candidato. E tem que ser competitivo para ganhar”.

São Paulo

Em São Paulo, onde o líder do MTST e ex-candidato a presidente Guilherme Boulos já se coloca como candidato a governador, Haddad preferiu não cravar uma candidatura própria.

O ex-ministro exaltou o perfil de Boulos, assim como o do ex-governador Márcio França (PSB), e sugeriu que alguma aliança pelo governo do estado saia do trio. “Quem nós temos? Uma pessoa como eu, que foi para o segundo turno de uma eleição presidencial e fez 45% dos votos. Tem o Márcio França, que foi para o segundo turno de uma eleição estadual e fez 48% dos votos no estado. Então um para presidente e outro para governador. Teve um que foi, na capital, para o segundo turno. Eu acho que a gente tem obrigação de tentar fazer uma chapa daí, forte, para ganhar a eleição em um estado que é governado há 28 anos pelo mesmo grupo político, justamente porque esse grupo está sofrendo uma dissidência importante. Rachou o PSDB”.

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