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“A presença do Secretário de Estado dos EUA Mike Pompeo [equivale ao cargo de chanceler] em território brasileiro usado como base para agredir a vizinha Venezuela comprova que, para um governo servil e subjugado, a subserviência e o capachismo não têm limites”, diz o colunista Jeferson Miola sobre os interesses envolvidos na visita do secretário americano no Brasil

A subserviência e o capachismo do governo Bolsonaro e do comando das Forças Armadas do Brasil aos EUA não têm limites.PUBLICIDADE

Engana-se quem imagina que gestos vergonhosos, como a reverência do Bolsonaro à bandeira estadunidense e a celebração do 4 de julho na Embaixada dos EUA; a isenção de tarifa de etanol dos EUA; a entrega da base de Alcântara, e o financiamento, com orçamento nacional, de oficiais das Forças Armadas para servirem ao Comando Sul dos EUA, poderiam significar o fundo do poço que o Brasil seria capaz de alcançar em termos de ultraje e humilhação.

A presença do Secretário de Estado dos EUA Mike Pompeo [equivale ao cargo de chanceler] em território brasileiro usado como base para agredir a vizinha Venezuela comprova que, para um governo servil e subjugado, a subserviência e o capachismo não têm limites.

Bolsonaro se assume o tempo inteiro como um obediente vassalo do Trump.

Mas é ainda pior; porque, além disso, Bolsonaro ainda se vangloria de ser o verme rastejante que faz do Brasil um pária no sistema de nações.

Bolsonaro é um servo dos EUA a serviço da desestabilização, do caos e da promoção do conflito entre países-irmãos da América do Sul.

A escolha de fornecer infra-estrutura logística e territorial para as políticas intervencionistas e agressivas de Trump na região, que é crime de responsabilidade, pois fere o artigo 4º da CF, contribui para converter o continente sul-americano numa enorme e incontrolável Síria.

Hoje, conhecendo-se a relevância econômica, política e militar da China e da Rússia na Venezuela, está fora de dúvida que, em caso de agressão estadunidense, a região passaria a ser um foco mundial de conflitos e disputas geopolíticas, geoestratégicas, geoeconômicas e militares entre potências extrarregionais.

O governo Bolsonaro e seus militares deram mais um passo na conversão do Brasil ao posto ultrajante e humilhante de mero protetorado dos EUA; puseram o Brasil de joelhos perante seu “rei imperial”.

Com esta escolha ultrajante e que, além de inconstitucional, é criminosa, eles também estarão mergulhando o Brasil e o povo brasileiro em conflitos infames e insanos.