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Extrato bancário do Cora e transferências via Pix revelam pagamentos suspeitos a Walter Delgatti, o hacker por trás de plano golpista envolvendo Jair Bolsonaro

Walter Delgatti e Carla Zambelli
Walter Delgatti e Carla Zambelli (Foto: Reprodução (Twitter))

Metrópoles divulga comprovantes de pagamentos da equipe de Zambelli ao hacker Delgatti · 

A Polícia Federal (PF) divulgou recentemente uma peça crucial de evidência em seu inquérito sobre o suposto plano golpista envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, com a deputada federal Carla Zambelli no epicentro das investigações. Um extrato do banco digital Cora, obtido com exclusividade pelo Metrópoles, revelou uma série de transações financeiras via Pix que lançam luz sobre os pagamentos feitos a Walter Delgatti, o hacker que alega ter participado do plano. O extrato, entregue por Delgatti aos investigadores, aponta quatro transferências de dinheiro feitas por pessoas próximas à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que supostamente intermediava o plano. Este plano incluía a invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com o objetivo de descredibilizar as eleições e o sistema judicial brasileiro, resultando em um mandado de prisão contra o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Os dados revelam que o programador Delgatti teria recebido pelo menos R$ 13,5 mil nos meses que antecederam e sucederam à invasão do CNJ, alegadamente como pagamento pelos serviços prestados. Delgatti afirmou em seu depoimento que foi “pago para ficar à disposição” de Zambelli. De acordo com as investigações, três dos pagamentos foram feitos por Renan Goulart, servidor comissionado da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), que atuava como assistente parlamentar no gabinete do deputado estadual Bruno Zambelli, irmão da congressista. Goulart também já havia ocupado o cargo de secretário parlamentar de Zambelli. O quarto pagamento, no valor de R$ 3 mil, foi enviado por Jean Hernani Vilela.

Além do extrato bancário, a representação da PF, com 37 páginas, inclui diversas reportagens de jornal e o depoimento de Delgatti. Com base nessas informações e com a aprovação da Procuradoria-Geral da República (PGR), o ministro Alexandre de Moraes expediu mandados de busca e apreensão, bem como a quebra do sigilo bancário dos investigados. No último dia 18 de agosto, Walter Delgatti prestou um novo depoimento à PF, após ter dado um controverso depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos atos golpistas no dia anterior. Na CPI, ele fez diversas alegações, incluindo ter interlocução com as Forças Armadas para questionar a seriedade das eleições, promessas de indulto por parte de Bolsonaro em caso de problemas penais e a existência de um suposto “grampo” contra o ministro Alexandre de Moraes.

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