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A denúncia foi feita pela Procuradoria-Geral da União (PGR), que afirma que há “indícios de corrupção” contra o coronel Jorge Eduardo Naime

De acordo com relatório da PGR enviado ao STF, o coronel da PMDF Jorge Eduardo Naime tinha

De acordo com relatório da PGR enviado ao STF, o coronel da PMDF Jorge Eduardo Naime tinha “relações econômicas aparentemente ilícitas” com outro indivíduo e usou a estrutura da PMDF para transportar valores milionários – (crédito: Rinaldo Morelli/CLDF)

O coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Jorge Eduardo Naime, preso desde 7 de fevereiro, é suspeito de usar a estrutura da corporação para transportar R$ 1 milhão em espécie de São Paulo para Brasília, em 12 de junho de 2021.

A denúncia foi feita pela Procuradoria-Geral da União (PGR), que descobriu indícios de que o militar promoveu “escolta no transporte de valores, bem como elementos da provável origem espúria dos recursos, além de potencial lavagem de dinheiro”. A descoberta foi feita durante as investigações do órgão sobre a responsabilidade da PMDF com a falha de segurança que permitiu a invasão de prédios públicos no 8 de janeiro. 

O relatório da PGR provocou uma operação contra a cúpula da PMDF na sexta-feira (18/8), após o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes atender aos pedidos de busca e apreensão e prisões preventivas feitos pelo órgão. A PGR solicitou o reforço da prisão preventiva de Naime, o que foi atendido por Moraes. 

O órgão diz ao STF que vê “indícios de corrupção” nas relações econômicas de Naime, mas deixa claro de que o esquema não está relacionado com os ataques às sedes dos Três Poderes. Segundo a PGR, a competência para a tomada das providências cabíveis nesse caso é do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e não do Supremo Tribunal Federal.

No relatório, a PGR também cita a suspeita de que Naime teria se beneficiado da condição de presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal para firmar contrato para supostos serviços de “assessoria e marketing”.

“Naime, aparentemente, utilizava-se da posição de presidente da Associação para desviar os recursos angariados pela entidade por meio da contribuição de seus próprios pares. É possível, ainda, que o contrato tenha sido uma forma de desviar os recursos que, quando transferidos a NAIME, funcionavam como recebimento de vantagem indevida em razão do cargo”, pontua o órgão.

O coronel teria feito diversos depósitos de dinheiro em espécie “sem identificação de depositantes e sem indicação de origem”, na tentativa de driblar os mecanismos de fiscalização e controle, dificultando a identificação da origem, da localização, da propriedade e da própria movimentação dos valores.

Correio entrou em contato com a defesa de Naime, que não quis comentar o assunto no momento. 

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