Relator do caso Lula no Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Luis Roberto Barroso vem sendo pressionado por grupos de comunicação nacionais, notadamente a Globo, para propor a impugnação da candidatura Lula, com base na Lei da Ficha Limpa. Uma eventual impugnação de Lula atenderia a interesses econômicos das petroleiras internacionais, que hoje se beneficiam com a entrega do pré-sal, a interesses políticos dos partidos de centro-direita no Brasil, que são incapazes de vencer uma eleição com a participação de Lula, e também a interesses geopolíticos de grandes potências, interessadas em converter o Brasil em nação de segunda classe.
No entanto, a decisão do Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas oferece ao ministro Barroso uma saída para não se submeter a qualquer tipo de pressão indevida. Hoje, ele está legalmente impedido de tomar qualquer decisão contrária à candidatura de Lula, depois que foi deferida a liminar histórica obtida pelos advogados Cristiano Zanin Martins e Waleska Teixeira Martins.
Em entrevista, os dois apontam a primeira consequência concreta: Barroso, já não pode mais propor a impugnação da candidatura Lula. “A decisão é obrigatória e vincula a todos”, diz Waleska. Zanin adverte ainda que, se houver qualquer descumprimento, a defesa estará pronta para reagir em todos os foros. “O ministro Barroso tem conhecimento jurídico e prefiro acreditar que ele dará cumprimento a esta decisão”, diz ele.
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