Lula diz que agressores de Alexandre de Moraes são “animais selvagens” · Ouvir artigo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou duras críticas aos responsáveis pelo ataque ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, na última sexta-feira, comparando-os a “animais selvagens”. Durante uma coletiva de imprensa ao final de sua viagem a Bruxelas, onde participou da cúpula entre a União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), Lula ressaltou a necessidade de punir severamente aqueles que ainda propagam o ódio. Em relação à negociação de cargos dentro do governo para fortalecer sua base, Lula afirmou que não é o partido que solicita ministérios, mas sim o presidente que os oferece, segundo reportagem do jornal O Globo. Ao retornar ao Brasil, o presidente buscará estabelecer um “acordo maduro”, porém ressaltou a importância de erradicar o ódio que surgiu durante o período eleitoral, destacando que ninguém consegue viver diariamente azedo e amargurado.
“Nós precisamos punir severamente aqueles que ainda propagam o ódio, como o indivíduo que agrediu o ministro Alexandre de Moraes no Aeroporto de Roma. Um indivíduo como esse é um animal selvagem, não um ser humano”, afirmou Lula. Segundo ele, embora seja legítimo discordar de algo, a agressão, os xingamentos e a falta de respeito não devem ser tolerados. Lula reforçou a importância de retornar à civilidade, afirmando que é possível alcançar uma sociedade mais harmoniosa e que aqueles que adotaram práticas neofascistas no Brasil devem ser repreendidos para que aprendam a ser civilizados novamente.
Na terça-feira, a Polícia Federal realizou mandados de busca e apreensão em dois endereços pertencentes ao empresário Roberto Mantovani Filho, sua esposa, Andréia Munarão, e o genro do casal, Alex Zanatta, na cidade de Santa Bárbara d’Oeste, no interior de São Paulo. O grupo está sendo investigado pelos crimes de injúria, perseguição e desacato supostamente cometidos contra Moraes e sua família.
Essas ações foram autorizadas pela ministra Rosa Weber, presidente do STF e responsável pela análise dos pedidos de urgência durante o recesso dos magistrados. Os celulares do casal foram apreendidos pela PF em Piracicaba (SP), onde Mantovani e Andréia prestaram depoimento. O advogado que defende o casal afirmou que os mandados visam encontrar alguma ligação dos suspeitos com ataques às instituições democráticas. Mantovani Filho admitiu ter agredido Moraes para “afastá-lo” de sua esposa, em resposta a supostas “ofensas pesadas” proferidas pelo ministro.
No episódio, relatado anteriormente por Moraes, o ministro encontrava-se na área de embarque do aeroporto quando Andréia começou a proferir xingamentos. Em seguida, Roberto Mantovani Filho se aproximou e agrediu o filho de Moraes, Alexandre Barci de Moraes, empurrando-o e dando um tapa em seus óculos. Após a intervenção de outras pessoas presentes, a confusão foi encerrada. Momentos depois, Andréia e Alex Zanatta voltaram à entrada da sala VIP onde Moraes e sua família estavam, proferindo mais ofensas. Moraes não estava acompanhado de escolta policial na abordagem, pois retornava de uma palestra na Universidade de Siena.
Após mais de sete horas de depoimento à PF, a família emitiu uma nota, afirmando que mãe, esposa e filho não avistaram nem se encontraram com Alexandre de Moraes na área de embarque do aeroporto de Roma. Alegaram que ocorreu um mal-entendido interpretativo, o que evidencia que as pessoas que eventualmente os ofenderam ou impediram seu deslocamento são outras. Também afirmaram que, em nenhum momento, direcionaram ofensas ao ministro e que a discussão inicial envolveu Andréia e dois jovens, apenas descobrindo no Brasil que se tratava do filho do ministro.
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