Como já é de costume e não se passa um dia sem escândalos de corrupção no desgoverno Bolsonaro, a CPI da Covid descobriu e já investiga um novo esquema, o mensalão da saúde, segundo apurações o esquema movimentou cerca de quase 60 milhões de reais no Ministério da Saúde, o site o Antagonista cita o nome do senador Flávio Bolsonaro como um dos envolvidos.
| Flávio Bolsonaro, Arthur Lira, Ciro Nogueira e Ricardo Barros aparecem em denúncias feita por servidores e lobistas num esquema que desviaria 60 milhões da saúde. |
O esquema foi revelado pela revista Crusoé e ganhou mais elementos nesta segunda-feira, com a reportagem do Uol, que teve acesso com exclusividade a detalhes das acusações que chegaram até o deputado Luis Miranda por meio de um informante, Miranda chegou a citar o esquema no Roda viva e citar o nome do presidente da câmara, Arthur Lira.
De acordo com a reportagem da Crusoé o informante da CPI seria um lobista e ex-policial que teria detalhado ao deputado Luis Miranda, o esquema de pagamento de propina mensal, que teria começado em 2018 com previsão de durar cinco anos, mas, começou a dar errado quando foi denunciado por uma ex-servidora da pasta.
O contrato em questão, já havia sido denunciado no dia 09/07 em reportagem do Jornal Nacional, que mostrou que o ministério da saúde passou o controle de distribuição e armazenamento de todas as vacinas, medicamentos, soros e demais insumos entregues pela União a estados e municípios do país, para a empresa VTCLog, por um valor 18 vezes maior que o recomendado pelos técnicos do próprio ministério, a principio a empresa propôs um contrato de 57 milhões.
Entenda o caso: Antes, o Ministério da Saúde tinha um departamento próprio para o serviço, mas ele foi extinto pelo então ministro da saúde no governo de Michel Temer, Ricardo Barros, atual líder do governo na Câmara, mas, foi no desgoverno Bolsonaro que finalmente o esquema ganhou corpo, isso porque ao invés de reativar a distribuidora conforme recomendação dos técnicos, o ministério assinou um aditivo aumentando em 18 vezes o valor do contrato, mesmo com parecer contrário dos técnicos do ministério e da CGU.
De acordo com o levantamento feito pelos técnicos do ministério da saúde, feito em 2020, o valor que deveria ser pago era de 1 milhão, após intervenção de Roberto Dias, que acabou preso na CPI, o impasse foi resolvido, nem 1 milhão dos técnicos, nem 57 milhões da empresa, mas 18 milhões, valor 18 vezes maior que o recomendado pelos técnicos da pasta.
A mesada dos parlamentares: Hoje O UOL teve acesso ao contrato nº 59/18 e a todos os aditivos de valores concedidos à empresa que preveem a prestação de serviço de ‘transporte e armazenamento’ da empresa ao SUS durante 60 meses (ou cinco anos) por um valor total de R$ 592.733.096,15.
De acordo com senadores da cúpula da CPI, a quantia que teria sido usada para beneficiar políticos e servidores somaria R$ 59,2 milhões, ou 10% do total. Ainda segundo a reportagem do Uol, Esse valor, seria dividido pelos 5 anos contratados, renderia, por mês, cerca de R$ 990 mil aos envolvidos, as informações foram repassadas à CPI pelos denunciantes. Um décimo do valor (ou R$ 99 mil) ficaria com Roberto Dias.
A revista Crusoé ainda aponta que a cúpula do partido progressista seria a coluna de sustentação do esquema, com Ricardo Barros líder do governo na câmara, Arthur Lira que atualmente preside a câmara dos deputados e Ciro Nogueira presidente do partido, seriam eles os políticos responsáveis diretos por indicações a postos de comando dentro do ministério da saúde, o esquema ainda segundo a reportagem teria ainda o filho do despresidente, o senador Flávio Bolsonaro, que foi responsável pela aproximação de Bolsonaro com o centrão.
| Flávio Bolsonaro, Arthur Lira, Ciro Nogueira e Ricardo Barros aparecem em denúncias feita por servidores e lobistas num esquema que desviaria 60 milhões da saúde. |
Texto: Pedro Oliveira
Edição: Ana Fernandes
Informações: Uol, revista Crusoé, site o Antagonista e Jornal Nacional
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