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O ministro da CGU (Transparência e Controladoria-Geral da União), Wagner Rosário, afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que até junho devem ser assinados dois acordos de leniência, cujos valores somados devem ficar em torno de R$ 4 bilhões, com duas grandes empresas. Embora não diga o nome das empresas, o ministro disse que elas fazem parte de um universo de nove grupos que negociam com o governo federal acordos que podem chegar a R$ 10 bilhões.

As empreiteiras Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, que já têm acordo de leniência com o MPF no Paraná, estão entre as nove empresas em negociação com a CGU e a AGU (Advocacia-Geral da União). Os acordos dessas companhias no Paraná tiveram, respectivamente, os valores de R$ 3,8 bilhões, R$ 1 bilhão e R$ 700 milhões. Procuradas, Odebrecht e Andrade Gutierrez não comentaram. Camargo Corrêa não respondeu ao pedido de entrevista.

Acordos de leniência são firmados por empresas com órgãos do Estado para que elas possam obter benefícios, como redução em punições, em troca de admitirem irregularidades e apontarem demais envolvidos em ilícitos, de forma que se consiga ampliar as investigações.

“São acordos que somam perto de 40% dos próximos acordos que a gente vai fechar. Nos dois que estão próximos do fechamento, já se chegou a valores, já está no papel por parte da comissão de negociação e em fase final de revisão”, afirmou Rosário. Tanto ele quanto a ministra da AGU, Grace Mendonça, precisam assinar os acordos, após revisão de seus consultores. “Nenhum está ainda disponível para os ministros”, disse.

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Rosário admitiu que, em alguns casos, a CGU está pedindo valor maior do que o acordado por empresas com o MPF do Paraná, justificando que há uma ampliação entre os fatos irregulares reconhecidos pelas companhias no acordo com o governo federal – em parte por trabalho de investigação na própria controladoria. “Às vezes nós já tínhamos auditorias abertas aqui em contratos e que demonstravam problema. Isso pode levar a um acréscimo, mas não significa que o trabalho aqui é melhor feito”, justificando que o passar do tempo permitiu uma apuração maior.