Em discurso no encerramento da 1ª Reunião Ordinária do novo órgão, o presidente defendeu que o governo se mobilize para “reparar as injustiças dos últimos 500 anos”
No último dia da 1ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou a recriação do órgão à implementação de uma “Comissão da Verdade” para endereçar as injustiças históricas enfrentadas pelos povos indígenas do Brasil. O evento foi realizado no Salão Negro do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Recriado em 2023, após ter sido dissolvido quatro anos antes, na gestão Jair Bolsonaro (PL), o CNPI tem agora a tarefa não só de elaborar políticas públicas eficazes, mas também de supervisionar a sua implementação em colaboração com representantes indígenas de todos os estados do país. Ao todo, 60 membros compõem o conselho, metade dos quais são indígenas eleitos por suas comunidades, garantindo uma representação autêntica e abrangente.
Durante seu discurso, o presidente Lula expressou seu desejo de reestabelecer uma “relação verdadeira” entre o Estado e os povos indígenas. “Esse encontro não é apenas a criação do conselho indigenista desse país. É, definitivamente, a criação de uma Comissão da Verdade entre o governo e os povos indígenas para que a gente possa reparar as injustiças que vocês foram vítimas durante 500 anos”, afirmou o presidente.
Lula também abordou críticas frequentes sobre a demarcação de terras indígenas, destacando a disparidade histórica no controle territorial: “Se a gente [os povos indígenas] tem 10, 12, 14 ou 15% das terras é pouco, porque tínhamos antes dos portugueses chegarem aqui 100% de todas as terras deste país.”
Com informações do Brasil 247
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