“Quem é persona non grata é Israel”, diz Celso Amorim após decisão do governo Netanyahu contra Lula
Nesta segunda-feira (19), o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, classificou como absurda a decisão de Israel de declarar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “persona non grata” após o petista comparar as mortes de palestinos em Gaza ao Holocausto.
“Isso é coisa absurda. Só aumenta o Isolamento de Israel. Lula é procurado no mundo inteiro e no momento quem é [persona] non grata é Israel”, disse Amorim ao Blog da Andréia Sadi, do G1. Ele ainda ressaltou que se trata de uma opinião pessoal, pois ainda não conversou com Lula.
A declaração de Amorim se dá após o pronunciamento do ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, feito mais cedo à imprensa, ao lado de Frederico Meyer, embaixador brasileiro em Israel.
“Não perdoaremos e não esqueceremos – em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, informei ao Presidente Lula que ele é uma persona non grata em Israel até que ele peça desculpas e se retrate”, declarou Katz.
Ele afirmou ainda que “a comparação do presidente brasileiro Lula entre a guerra justa de Israel contra o Hamas e as ações de Hitler e dos nazistas, que exterminaram 6 milhões de judeus, é um grave ataque antissemita que profana a memória daqueles que morreram no Holocausto”.
O governo Netanyahu acusou o líder brasileiro de banalizar o morticínio nazista ao compará-lo com a situação em Gaza. Os comentários de Lula ocorreram durante a coletiva que o petista concedeu a jornalistas pouco antes de deixar a Etiópia e retornar ao Brasil.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula ao criticar a decisão de países ocidentais de suspenderem os aportes para a agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês).
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