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Flávio e Carlos Bolsonaro. Foto: EVARISTO SA/AFP

A agência Mellon Comunicação e Marketing Ltda., vinculada aos fundadores do polêmico “gabinete do ódio”, recebeu R$ 93.301,74 em pagamentos por serviços de assessoria prestados a três deputados do Partido Liberal (PL) e um do Partido Progressista (PP) na Câmara dos Deputados, segundo informações do site ICL Notícias.

Fundada em maio do ano passado por José Matheus Sales Gomes, Leonardo Augusto Matedi Amorim e Mateus Matos Diniz, a Mellon Comunicação teve como principal cliente o deputado federal Alexandre Ramagem (PL–RJ), atualmente sob investigação da Polícia Federal por monitoramentos ilegais realizados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante sua gestão como diretor-geral.

Ramagem pagou R$ 49 mil pelos serviços contratados em 2023, representando quase metade do faturamento da empresa no ano passado.

José Matheus, também conhecido como “Zuero”, foi assessor de gabinete de Ramagem antes de fundar a agência, entre 13 de março e 14 de maio de 2023. Posteriormente, em 17 de maio do mesmo ano, junto com Matheus Diniz, conhecido como “Matheuzinho”, inaugurou a Mellon Comunicação.

Ambos, juntamente com Tércio Arnaud Thomaz, compunham o “gabinete do ódio” durante o período em que foram assessores especiais da Presidência da República no governo Bolsonaro.

O deputado bolsonarista Robinson Faria (PL–RN) é o segundo maior cliente da Mellon, tendo desembolsado R$ 27 mil com a empresa no ano passado. Em seguida, os deputados Marco Feliciano (PL–SP) e Dr. Allan Garcês (PP-MA) contribuíram com R$ 9.400 e R$ 7.901,74, respectivamente, para a agência dos fundadores do “gabinete do ódio.”

José Mateus Sales Gomes

Matheus “Zuero”, integrante do que ficou conhecido como “gabinete do ódio”, com o deputado federal Carlos Jordy (PL–RJ) e o deputado estadual Gil Diniz (PL–SP). Foto: reprodução

José Mateus Sales Gomes, natural de Caucaia, região metropolitana de Fortaleza, no Ceará, ganhou destaque ao criar a página “Bolsonaro Zuero” no Facebook em 2013.

Inicialmente voltada para o humor, a página chamou a atenção do vereador Carlos Bolsonaro, rendendo a Gomes o apelido “Mateus Zuero”. Com sua ascensão, tornou-se assessor de Carluxo na Câmara de Vereadores em fevereiro de 2014, compartilhando até mesmo momentos nos jogos do Botafogo.

Envolvido desde cedo com a família Bolsonaro, a página “Bolsonaro Zuero” expandiu-se, exaltando o nome da família e realizando críticas a políticos de esquerda.

Mesmo com dois bloqueios no Facebook, a página evoluiu para “Direita Vive 3.0”, atualmente com 620 mil fãs. Aos 27 anos, Mateus foi nomeado assessor especial da Presidência da República em janeiro de 2019, recebendo salário bruto de R$ 13,6 mil, além de auxílios de R$ 3,3 mil.

Tércio Arnaud Thomaz

Quem é Tercio Arnaud Tomaz, elo mais forte entre Bolsonaro e a rede de páginas derrubadas pelo Facebook sob acusação de espalharem notícias falsas - BBC News Brasil
Tércio Arnaud Thomaz e Bolsonaro. Foto: reprodução

Nascido em Campina Grande, Paraíba, Tércio Arnaud Thomaz conquistou Carlos Bolsonaro através da página “Bolsonaro Opressor” no Facebook. Com formação em Biomedicina, Tércio, assim como Gomes, ingressou nos gabinetes da família Bolsonaro vindo de outra profissão, no caso, recepcionista de hotel.

Nomeado em abril de 2017, Tércio viveu no Rio, em um apartamento próximo ao do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em 2018, foi revelado que ele não trabalhava na Câmara de Vereadores, mas sim viajava com Bolsonaro.

A página “Bolsonaro Opressor 2.0” chegou a ter mais de 1 milhão de seguidores no Facebook, embora agora esteja desativada. Tércio foi um dos primeiros a ser nomeado assessor especial da presidência, recebendo salário de R$ 13 mil.

Matheus Matos Diniz

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Matheus Matos Diniz. Foto: reprodução

Natural de Fortaleza, Ceará, Matheus Matos Diniz, conhecido como “Matheuszinho,” destacou-se no círculo bolsonarista por sua formação em Engenharia Elétrica. Após um intercâmbio acadêmico nos EUA, onde se tornou aluno de Olavo de Carvalho, Matheuszinho retornou com uma abordagem mais religiosa.

Defensor da castidade e valores conservadores, Matheuszinho atua como assessor do gabinete da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), trabalhando junto a “Matheus Zuero” e Tércio. Desde janeiro de 2019, recebe R$ 10,3 mil, além de R$ 3 mil em auxílios.

Com informações do Diário do Centro do Mundo

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