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Em nota assinada pelos líderes do partido no Congresso e pela presidente Gleisi Hoffmann, o PT diz que Eduardo Pazuello é símbolo mais visível de um processo de partidarização que contamina as Forças Armadas. “A História não perdoará, como jamais perdoou, quem tenta se colocar acima das instituições e da Constituição que jurou defender e obedecer”

247 – O Partido dos Trabalhadores divulgou na noite desta terça-feira (19) nota em que condena a tentativa de intimidação da revista Época, feita pelo Comando Geral do Exército, por um artigo que relaciona os crimes históricos do Exército no País.  PUBLICIDADE

Na nota, assinada pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, pelo líder do PT na Câmara, Enio Verri, e pelo líder do PT no Senado, Rogério Carvalho, o PT diz que o artigo refere-se a episódios históricos, que não podem ser negados nem esquecidos, e os relaciona a uma trágica realidade dos tempos atuais. “A criminosa conduta do governo federal na pandemia que já matou mais de 200 mil brasileiros e brasileiras, pela qual é corresponsável um general do Exército que conduz o Ministério da Saúde sem ter preparo, vocação nem qualificação para o cargo”, diz a legenda. 

“O general-ministro da Saúde tornou-se o símbolo mais visível de um processo de partidarização que contamina as Forças Armadas a partir do topo. Ao compactuar com as investidas autoritárias do presidente – ele mesmo um ex-capitão que desonrou o Exército Brasileiro – e emprestar suas patentes para sustentar um governo de destruição nacional, estão lançando as instituições militares num grave desvio histórico e de seus limites constitucionais”, acrescenta a nota do PT. 

Leia, abaixo, a nota do PT na íntegra:

General da Saúde compromete Forças Armadas com crimes de Bolsonaro contra a população

A carta de intimidação do Comando Geral do Exército à revista Época, que publicou um artigo crítico do jornalista Luiz Fernando Vianna, é mais uma evidência dos graves desvios a que estão sendo levadas as Forças Armadas do Brasil, pelo comprometimento político de comandantes das instituições militares com o governo de Jair Bolsonaro.

O artigo refere-se a episódios históricos, que não podem ser negados nem esquecidos, e os relaciona a uma trágica realidade dos tempos atuais: a criminosa conduta do governo federal na pandemia que já matou mais de 200 mil brasileiros e brasileiras, pela qual é corresponsável um general do Exército que conduz o Ministério da Saúde sem ter preparo, vocação nem qualificação para o cargo.

O general-ministro da Saúde tornou-se o símbolo mais visível de um processo de partidarização que contamina as Forças Armadas a partir do topo. Ao compactuar com as investidas autoritárias do presidente – ele mesmo um ex-capitão que desonrou o Exército Brasileiro – e emprestar suas patentes para sustentar um governo de destruição nacional, estão lançando as instituições militares num grave desvio histórico e de seus limites constitucionais.

O Partido dos Trabalhadores, que nasceu enfrentando a ditadura, governou o Brasil no exercício cotidiano da democracia, respeitando e fazendo ser respeitada a Constituição por civis e militares, comandantes e comandados. Hoje, na oposição, é nosso dever alertar a sociedade para os riscos e ameaças que este governo representa e cobrar dos comandantes militares o mais estrito respeito à missão e aos limites que a sociedade brasileira democraticamente conferiu às instituições militares.

A História registra e registrará sempre a atuação das Forças Armadas do Brasil na integração territorial, na defesa das fronteiras e do patrimônio nacionais, na guerra contra o nazifascismo, no apoio às populações isoladas, no desenvolvimento tecnológico do país; enfim, todos os momentos em que as Forças cumpriram sua missão constitucional e o relevante papel que lhes cabe numa sociedade democrática. É dessa forma que as instituições militares se fazem respeitar.

A História também registra os períodos em que as Forças Armadas ou parte de seus integrantes desviaram-se desta missão. É dessa forma, conhecendo a verdade, que tanto os militares quanto os civis poderão evitar a repetição de erros e crimes contra a democracia e os direitos humanos. A História não perdoará, como jamais perdoou, quem tenta se colocar acima das instituições e da Constituição que jurou defender e obedecer.  

GLEISI HOFFMANN, presidenta nacional do PT

ENIO VERRI, líder do PT na Câmara dos Deputados

ROGÉRIO CARVALHO, líder do PT no Senado Federal