Em entrevista publicada pelo El País nesta sexta (18), Fernando Haddad demonstrou incômodo com a ida de Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, à posse de Nicolás Maduro, na Venezuela.
Haddad considerou que não basta o “gesto” de se dispor a representar o partido em Caracas. Era necessário, também, fazer uma comunicação mais clara do que o PT pensa a respeito da Venezuela sob Maduro. Na visão de Haddad, não há democracia no País vizinho, mas o PT entende que uma intervenção militar estrangeira pioraria a situação.
“(…) a obsessão do PT com a qual eu compartilho é evitar um conflito militar na região. Brasil está há mais de 140 anos sem conflito militar com seus vizinhos. A obsessão da centro-esquerda pacifista é buscar uma solução negociada. Outra questão é comunicar adequadamente o que você quer comunicar com seu gesto [a ida de Gleisi à posse de Maduro].”
Questionado se gostaria de ser presidente do PT, ele respondeu. “Não está nos meus planos. Eu nunca fiz parte da burocracia partidária, nunca participei da vida interna do partido a não ser quando convidado, na condição de professor universitário.”
Haddad também fez mea culpa a respeito dos erros que fizeram o PT perder a eleição para Bolsonaro. Quando o tema era corrupção, o ex-presidenciável admitiu que o caixa 2 foi um problema generalizado entre os partidos, e o PT pecou, em seus governos, por não ter tentando aprovar uma reforma política que acabasse com o financiamento empresarial.
“A verdade é que se pedia dinheiro no sistema político sem nenhum protocolo. E isso foi se tornando a regra em todos os partidos. E abriu espaço para crimes pequenos e para crimes enormes.”
Para Haddad, outro fator que teve impacto em sua derrota foi o fato de que o PT viu seu contato com as bases sociais se reduzir ao longo dos anos. Segundo ele, isso ocorreu principalmente porque as principais lideranças que faziam diálogo com as bases acabaram absorvidas pela máquina estatal nos governos petistas. “O sucesso eleitoral do PT enfraqueceu o próprio partido em sua conexão com as bases. O outro fenômeno é a crise política, ética, e econômica que aconteceu.”
Ele também concordou que o PT formou mais consumidores ao longo de seus governos do que cidadãos conscientes. “Eu acho que deveríamos ter trabalhado mais a questão da consciência política.”
Sobre a possibilidade de liderar a oposição a Bolsonaro, Haddad respondeu que ninguém pode ter essa pretensão. “Acredito que ninguém possa se arvorar a ser o chefe da oposição.”
Na visão do professor, Bolsonaro comanda uma regime anti-democrático porque não respeita alguns valores inerentes às democracias. “A oposição está se sentindo ameaçada, porque ele anunciou que ela terá dois caminhos, a cadeia ou o exílio. Este conceito que eu acredito de democracia, sim, está ameaçado. As instituições tem que funcionar com um propósito, de fazer as pessoas se sentirem seguras independente do que pensam, de sua orientação sexual.”
Leia a entrevista completa
aqui.
a obsessão do PT com a qual eu compartilho é evitar um conflito militar na região. Brasil está há mais de 140 anos sem conflito militar com seus vizinhos. A obsessão da centro-esquerda pacifista é buscar uma solução negociada. Outra questão é comunicar adequadamente o que você quer comunicar com seu gesto [a ida de Gleisi à posse de Maduro]
Jornal GGN
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