Performance no programa de Sílvio Santos, vagas a serem preenchidas com o afastamento – a contragosto – dos vice-presidentes da Caixa colocados em situação suspeita por uma auditoria, bilhões em verbas oficiais e nem assim a coisa vai bem para Michel Temer aprovar a reforma da Previdência na Câmara.
Kennedy Alencar, um dos raros comentaristas de política que escapa da simples aceitação servil e submissa da pauta do “mercado” disse hoje na CBN que o “quem quer dinheiro” pouco adiantou:
Apesar do discurso público otimista do presidente Michel Temer, que faz parte do papel dele, a situação nos bastidores continua exatamente do mesmo jeito que em dezembro passado. O governo continua a busca por mais 50 votos a fim de levar a proposta ao plenário da Câmara em 19 de fevereiro, como marcou o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Para aprovar a reforma na Câmara, são necessários 308 votos em dois turnos. Até ontem, ministros e articuladores políticos do governo no Congresso diziam que não tinham esses votos.
A “esperança” da reforma, cochicha-se nem sempre em murmúrios apenas, está no dia 24. Acham que uma condenação de Lula por 3 a 0 deixará os renitentes a salvo de uma maré eleitoral onde o voto contra as aposentadorias possa impedi-los de surfar.
É improvável que, mesmo ocorrendo o “placar dos sonhos” no TRF-4 altere-se o “placar do desejo” da votação da reforma. É que, até agora, o primeiro está mais no foco das atenções que o segundo e estes planos se inverterão, até porque a cassação de uma candidatura de Lula vai encontrar, de imediato, suas representações em questões objetivas.
É por isso que o MP, disposto a condenar Lula a penas maiores, beirando a eternidade, se preocupa em avisar que ele não será preso de imediato.
Se quebrarem o cristal da legalidade, sabem que passam a andar sobre cacos de vidro.
POR FERNANDO BRITO