Vaticano confirmou a possibilidade de padres e bispos abençoarem casais homoafetivos, desde que a prática não seja confundida com o casamento
O Vaticano confirmou nesta segunda-feira (18), com o aval do papa Francisco, a possibilidade de padres e bispos abençoarem casais homoafetivos, desde que essa prática não seja confundida com o casamento.
A orientação foi divulgada pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, órgão mais importante da Santa Sé em termos de teologia e herdeiro da Santa Inquisição.
De acordo com o órgão, são possíveis as “bênçãos a casais em situação irregular e a casais do mesmo sexo, cuja forma não deve ter qualquer fixação ritualística por parte das autoridades eclesiásticas, a fim de não produzir uma confusão com a bênção característica do sacramento do matrimônio”.
“A bênção chega de Deus para aqueles que, reconhecendo-se como necessitados de sua ajuda, não reivindicam a legitimação de um status próprio”, explicou o dicastério.
De acordo com o órgão, para não ser confundida com o casamento, a bênção poderia ocorrer em situações como a “visita a um santuário, um encontro com um sacerdote ou uma oração recitada em um grupo”.
“Não se pretende legitimar nada, mas apenas abrir a própria vida a Deus, pedir sua ajuda para viver melhor e invocar o Espírito Santo para que os valores do Evangelho possam ser vividos com maior fidelidade”, acrescentou o dicastério.
As diretrizes confirmam uma resposta dada recentemente pelo Papa a questionamentos de cinco cardeais conservadores que perguntavam se a Igreja aceitaria como “um possível bem situações objetivamente pecaminosas, como as uniões entre pessoas do mesmo sexo”.
Na ocasião, o pontífice esclareceu que o catolicismo “tem uma concepção muito clara do casamento, que é uma união exclusiva, estável e indissolúvel entre um homem e uma mulher, naturalmente aberta à geração de filhos”.
No entanto, Jorge Bergoglio ressaltou que os padres e bispos não deveriam perder a “caridade pastoral”. “Uma bênção é um pedido de ajuda a Deus, uma oração para poder viver melhor. Portanto, não podemos nos tornar juízes que apenas negam, rejeitam, excluem”, afirmou Francisco.
Com informações do Brasil 247
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