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Empresas em nome de jovens de 20 e 21 anos foram abertas no último ano e participaram de 157 licitações para o fornecimento de equipamentos militares para o Exército

Empresas operadas por “laranjas” obtiveram contratos no valor de pelo menos R$ 18,2 milhões com o Exército Brasileiro ao longo do último ano. Segundo o Metrópoles, os empreendimentos têm jovens de 20 e 21 anos e que residem em Santa Catarina e no Rio de Janeiro como donos formais, mas seriam controladas na realidade por um empresário e um contador envolvidos em diversas investigações da Polícia Federal (PF) por fraudes em licitações em outros órgãos públicos.

Essas empresas participaram de 157 licitações do Exército, competindo em algumas delas entre si. Os contratos assinados envolvem o fornecimento de diversos equipamentos militares, como barracas, capacetes, cantis e coldres. 

“Um ex-sócio confessou à Justiça e foi condenado por admitir o uso de laranjas junto ao contador dessas empresas. Ele afirmou ao Metrópoles, sob condição de anonimato, que elas são criadas para participar de licitações do Exército com o objetivo de obter contratos ou apenas competir para dar cobertura a outras empresas, simulando uma concorrência. Ele também disse que servem aos interesses de um empresário que foi um dos pivôs da CPI dos Correios, em 2005, que desaguou no escândalo do mensalão”, ressalta a reportagem. 

O contador Luiz Romildo Mello é apontado o responsável pela abertura das empresas. Em junho, ele foi alvo da “Operação Mobília de Ouro, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que investigou o superfaturamento milionário e o uso de empresas ligadas a ele para fraudar licitações na Secretaria da Educação do Governo do DF”.

O empresário Artur Wascheck, conhecido por seu envolvimento no escândalo de licitações nos Correios em 2007, foi apontado como o mentor por trás da abertura desses negócios recentes. Wascheck, que possui empreendimentos no mesmo ramo de fornecedores do Exército, foi preso na época e enfrenta ações judiciais até hoje. 

Ainda segundo a reportagem, “a marca de Wascheck está nas empresas abertas por Romildo. Duas delas, cadastradas em nome dos jovens de Blumenau e do Rio, têm em seus registros um e-mail usado pelo empresário, inclusive, no âmbito de pregões do Exército. Uma das empresas de Wascheck foi penalizada pelo governo federal com inidoneidade em razão da não entrega de materiais aos Correios”.

O Exército Brasileiro, ao ser questionado sobre esses contratos suspeitos, afirmou que os critérios de seleção de empresas para fornecimento de material seguem a legislação vigente, com ênfase nos princípios da administração pública, como legalidade e impessoalidade. A instituição ressaltou que, para vencer os certames, as empresas devem oferecer o menor valor e comprovar a qualidade do material fornecido.

Com informações do Brasil 247

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