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O ex-presidente dos Estados Unidos e ex-apresentador do reality “O Aprendiz”, Donald Trump. Foto: Getty Images

John D. Miller, ex-executivo de marketing da NBC, uma das maiores redes de TV dos Estados Unidos, pediu desculpas ao país e disse que “ajudou a criar um monstro” ao apresentar Donald Trump, na época um promotor imobiliário de Nova York, como um “empresário super bem-sucedido”.

“Por quase 25 anos, eu liderei o marketing na NBC e na NBC Universal. Eu liderei a equipe que fez a campanha de marketing de ‘O Aprendiz’, o reality show que fez Donald Trump se tornar um nome conhecido fora de Nova York”, escreveu o ex-executivo em um artigo de opinião para a U.S. News & World Report, publicado na quarta-feira.

Trump foi o apresentador do reality e de seu derivado, “O Aprendiz Celebridades”, de 2004 a 2015. Assim como a NBC, a mídia brasileira criou figuras que posteriormente se tornaram políticos de extrema-direita, como o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-procurador e ex-deputado Deltan Dallagnol e o senador Sergio Moro (União-PR).

“Para vender o programa, nós criamos a narrativa de que Trump era um empresário super bem-sucedido que vivia como a realeza. Essa era a premissa do programa”, escreveu Miller.

“No mínimo, foi um grande exagero; no pior dos casos, criou uma narrativa falsa ao fazê-lo parecer mais bem-sucedido do que realmente era”.

O então apresentador, disse Miller, pode ter sido a “escolha perfeita” para estrelar o programa, porque “os CEOs mais bem-sucedidos estavam ocupados demais para se envolver com reality shows e não queriam contratar vencedores de jogos aleatórios para suas equipes executivas. Trump não tinha essas preocupações”.

“Ele tinha muito tempo para as gravações, adorava a atenção e isso pintava uma imagem positiva dele que não era verdadeira”, disse Miller.

A equipe de Miller divulgou o programa “incansavelmente” — milhares de anúncios “espalharam a fantasia da suposta habilidade empresarial de Trump, transmitida para quase todas as casas do país”.

“A imagem de Trump que promovemos era altamente exagerada. De certa forma, era uma ‘fake news’ que espalhamos pelos Estados Unidos como uma forte nevasca. Nunca imaginei que a imagem que pintamos de Trump como um empresário bem-sucedido o ajudaria a chegar à Casa Branca”, ele disse.

Durante as 14 temporadas de Trump como o rosto de “O Aprendiz”, Miller disse que a “sala de reuniões imponente onde ele famosamente demitia os competidores era um cenário, porque sua sala de reuniões real era velha e sem graça para a TV”.

John D. Miller, ex-executivo da NBC, e Donald Trump na época em que era apresentador do reality. Foto: Reprodução

Miller também acusou Trump de exagerar nas avaliações de “O Aprendiz” quando ele se referia ao programa como “o programa de TV número 1 da América”.

“Mas não era. Não naquela semana. Nem naquela temporada. Eu tinha as avaliações na minha frente. Trump tinha visto e ouvido as avaliações, mas isso não importava. Ele continuava dizendo que era o ‘programa número 1 na televisão’, mesmo depois de corrigirmos ele. Ele repetia isso em turnês de imprensa também, sabendo muito bem que estava errado”, disse Miller.

Miller também afirmou que Trump uma vez sugeriu uma ideia para o programa em que uma equipe de competidores negros enfrentaria jogadores brancos.

“Minha primeira reação foi: WTF? [“que p**ra é essa?”] Eu tentei fazer ele entender falando na língua que entende: dinheiro”, disse Miller.

“Eu expliquei que os patrocinadores não iriam querer estar associados a um programa que colocasse raças umas contra as outras. Mas ele não conseguia entender por que isso era uma ideia tão ruim”, disse ele, acrescentando que o programa nunca seguiu com o conceito.

A campanha de Trump não se manifestou sobre as declarações do ex-executivo de marketing da NBC.

“Embora tenhamos tido sucesso em promover ‘O Aprendiz’, também fizemos um dano irreparável ao criar a imagem falsa de Trump como um líder bem-sucedido. Eu lamento profundamente isso. E lamento que tenha demorado tanto para tornar isso público”, disse Miller.

Esse é mais um exemplo que a mídia brasileira deveria copiar. Serve para figuras como Merval Pereira, Demétrio Magnoli e quejandos.

Descrevendo-se como um “republicano nato”, Miller pediu aos leitores que votassem na Vice-Presidente Harris na eleição presidencial do próximo mês.

“Eu passei 50 anos promovendo com sucesso a magia da televisão, transformando pequenos feitos em grandes realizações todos os dias”, disse ele.

“Mas agora digo aos cidadãos americanos, sem qualquer exagero promocional: se você acredita que Trump será melhor para você ou para o país, isso é uma ilusão, assim como ‘O Aprendiz’ foi”.

Com informações do Diário do Centro do Mundo

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