Entre os dias 20 e 27 de setembro haverá uma “semana de ação”, iniciada com a Greve Mundial pelo Clima desta sexta-feira, dia 20. A convocatória é promovida por diversos movimentos e coletivos ambientalistas e ecologistas de distintos países. A juventude está na linha de frente deste movimento internacional e aqui no Brasil, sob governo Bolsonaro, não é diferente. Para derrotar as catástrofes ambientais, os ataques à educação e demais ataques em curso, precisamos enfrentar nos organizar desde cada escola e universidade com uma perspectiva anticapitalista.
Está sendo chamada uma Greve Mundial pelo Clima para esta sexta-feira, dia 20. O movimento se iniciou no ano passado na Europa, quando uma secundarista começou a protestar em Estocolmo diante do parlamento contra as mudanças climáticas, viralizando nas redes e fazendo com que milhares de jovens, em especial no continente europeu, começassem a fazer o mesmo. Com as catastróficas e criminosas queimadas ocorridas em agosto na região da Amazônia, a juventude brasileira começou a embandeirar o movimento contra a devastação ambiental.
Aqui no Brasil, em diversas cidades, diversos movimentos, ONGs e partidos políticos estão se articulando para que ocorram atos em defesa do meio ambiente e contra as mudanças climáticas. A juventude é internacionalmente quem mais compõe este movimento. No Brasil, é também quem está na linha de frente contra todos os ataques do reacionário governo Bolsonaro, que não só foi cúmplice dos incêndios na Amazônia e, recentemente, também na região do Pantanal, mas que vem aprovando uma série de ataques, como os novos cortes na educação, descarregando a crise nas costas dos trabalhadores, dos setores oprimidos, da juventude.
A crise ambiental é parte da crise capitalista
A lógica do capitalismo é a lógica da ampliação do lucro e acumulação a qualquer custo, portanto, utiliza a natureza enquanto matéria-prima e, para isso, não existem limites. Os capitalistas impedem que o desenvolvimento tecnológico e das forças produtivas neste sistema se harmonize aos recursos naturais. Pelo contrário, a capacidade da Terra em suportar a destruição capitalista está chegando ao seu limite. Isso tudo tende somente a se agravar em períodos de crise econômica e social do capitalismo.
No mundo, as condições ambientais estão cada vez mais alarmantes. Incêndios incontroláveis, pragas devido à monocultura, ondas de calor extremas, inundações massivas e secas arrasadoras. Aquecimento global, contaminação do ar e da água de rios e oceanos, degradação do solo, desmatamento, destruição de ecossistemas e biomas inteiros e extinção de animais e espécies.
No Brasil, a cada ano que passa as catástrofes ambientais aumentam. Durante os períodos de bonança econômica houve pouca preocupação com a questão ambiental por parte dos governos, fossem os chamados “progressistas” ou liberais. No Brasil, por exemplo, durante os anos de governo do PT houve o boom de commodities em comércio de produtos como soja e milho com a China, o que foi aumentando e abrindo cada vez mais espaço para o agronegócio e a bancada do boi e da bala e devastando a natureza e os povos originários.
São estes setores do agronegócio que agora se favorecem mais com a guerra comercial entre China e EUA, que taxou os produtos chineses e abriu uma oportunidade de avanço ainda maior à soja brasileira. Isso às custas da Amazônia, das populações indígenas, quilombolas e sem-terra.
Hoje, sob o governo reacionário e obscurantista de Bolsonaro, que nega a ciência e os dados ambientais – chamando aquecimento global de Marxismo cultural –, que defende os interesses do agronegócio e das políticas imperialistas de Trump, a natureza brasileira está mais do que nunca em perigo.
Há alguns meses atrás, Brumadinho submergiu em lama por conta da ganância de uma empresa; o uso de agrotóxicos está cada vez mais permitido; no mês de agosto o diretor da INPE, Ricardo Galvão, foi demitido para encobrir estatísticas do desmatamento; o fogo dos incêndios criminosos vem matando espécies de animais em extinção como a arara azul e a onça pintada na região do Pantanal. Além de toda a devastação à fauna e flora brasileiras, há também toda a violência crescente aos povos quilombolas e indígenas, em que o Brasil é o país que tem o maior número de homicídios de ambientalistas, ativistas e indígenas.
É absurdo o que ocorre hoje na Amazônia com as queimadas, fruto de flexibilização da legislação ambiental e da ação direta de latifundiários que se guiam somente pela manutenção de seus lucros. Na mesma Amazônia, o imperialismo europeu, a despeito de seu discurso falacioso de “preocupação internacional”, extrai recursos para sua indústria de cosméticos e farmacêuticos, sendo mais um agente interessado em garantir seus lucros e transformar o Brasil em ainda mais “fazenda do mundo”.
O capitalismo tem sede de lucro. É inegável que hoje, para combater a mudança climática e todos os ataques ao meio ambiente é necessária uma saída drástica e radical. A solução para a crise climática global não virá das entranhas do mesmo sistema que a produziu. Por isso a Juventude Faísca defende e levanta um programa anticapitalista e revolucionário.
Não basta denunciarmos e exigirmos de representantes políticos, da ONU e de grandes corporações empresariais para que tomem medidas urgentes e reduzam a emissão de poluentes, modificando suas formas de produção. Estas grandes corporações e multinacionais capitalistas são as responsáveis por todo esgotamento ambiental que hoje, chegando a níveis mais alarmantes, faz com que sejam a maioria da população a sofrer com as mudanças climáticas e suas implicações concretas na vida cotidiana de milhares de pessoas.
Diante da crise ambiental, vemos hoje surgirem dois posicionamentos e respostas, um campo que nega a situação alarmante de devastação ambiental e aprofunda medidas antissustentáveis, liderados por Trump, o Partido Republicano, Bolsonaro e parte das grandes corporações interessadas em não diminuir sua produção e lucros, e responsáveis pelas emissões de gases contaminantes.
No outro campo, vemos o “capitalismo verde”, promovido pelo Partido Democrata dos Estados Unidos, líderes políticos dos principais países imperialistas europeus, como Angela Merkel (Alemanha) e Emmanuel Macron (França), dentre outras organizações. Declaram que frente à crise ambiental é necessário fazer mudanças na produção, desenvolvendo tecnologias mais “amenas”, confiando que basta convencer que as grandes corporações, que geraram a crise atual, mudem suas fontes de recurso e formas de produção, e taxando o consumo da classe trabalhadora com ainda mais impostos para que sejam os explorados e oprimidos a pagarem a conta de mais essa crise.
A partir dessas ideias do capitalismo verde e mais sustentável, muito se discute sobre as pequenas atitudes individuais que podem mudar o meio ambiente. De fato é necessário agir com mais consciência e mudar nossas ações cotidianas e padrão de consumo, entretanto, enquanto vivermos em uma sociedade organizada tal como ela é, dentro do sistema capitalista, nosso modo de vida e consumos diários estão vinculados com essa sociedade, o que ela nos impõe e exige. Além disso, a cada pesquisa realizada fica mais evidente como o consumo e desperdício de água, por exemplo, está vinculado à agropecuária no país (utilizam cerca de 83%, segundo o relatório da CRHB de 2012).
A solução à devastação ambiental virá somente da mudança radical do sistema de produção. Portanto, devemos confiar nas nossas próprias forças e na organização massiva da juventude, que hoje está à frente deste e de outros movimentos de resistência e contestação, com os trabalhadores que são quem garante a produção, para revolucioná-la e transformá-la em um sistema racional, harmônico com a natureza e sem exploração. Essa aliança é explosiva e promissora.
Que caminhos seguir?
A importância e potência deste movimento em defesa do meio ambiente está claro. Precisamos debater como seguir esta mobilização e fazê-la efetiva até o final e como encontrar e defender uma saída alternativa. Isto é, qual estratégia e programa devemos levantar neste movimento.
É fundamental que a mobilização se massifique, como parte de torná-la efetiva. É por este motivo que nós da Juventude Faísca, defendemos que é fundamental que toda a juventude possa ter espaços de discussão e auto-organização em seus locais de estudos, para se colocar massivamente no movimento. Por isso defendemos que todas as universidades tenham assembleias frente a Greve Mundial pelo Clima chamada para esta sexta-feira, dia 20.
A luta contra a devastação ambiental e contra os ataques de Bolsonaro na educação não estão desconectadas. Estes novos cortes anunciados pelo governo há algumas semanas nas bolsas de pesquisa, o projeto “Future-se” e todo o pacote de medidas de Bolsonaro vem não somente para aprofundar que o conhecimento e pesquisas das universidades estejam a serviço dos interesses de grandes empresas e bancos, mas também para precarizar o conjunto da ciência, cortando bolsas e evitando a realização de pesquisas que tenham posicionamentos críticos, que proponham alternativas, tecnologias e soluções aos grandes problemas que atingem a maioria da população, muitos deles causados pela destruição ambiental em curso. É também por isso que as universidades estão sob ataque de Bolsonaro.
Por tudo isso, é fundamental que neste dia 20 de setembro as universidades possam sair às ruas defendendo o meio ambiente e uma ciência e educação que estejam a serviço dos trabalhadores, da população, dos quilombolas e dos povos originários que têm sofrido cada vez mais com as mazelas da exploração capitalista.
A UNE, dirigida pelas juventudes do PT e do PCdoB, publica em sua página online que “está na pauta estudantil para os próximos dias a Greve Mundial do Clima no dia 20 de Setembro”, entretanto, é a principal entidade do Movimento Estudantil, responsável por mobilizar de fato toda a juventude universitária. Além disso, as organizações políticas que compõem a direção da UNE também estão em diversos DCEs e CAs (Centros Acadêmicos) pelo país. Para que a força da juventude possa expressar sua potência e capacidades reais, é urgente que hajam espaços para que possamos nos organizar de maneira unificada contra os ataques à educação e a devastação ambiental. A Oposição de Esquerda da UNE deveria ser parte de exigir e articular esses espaços nas universidades onde estão à frente das entidades, como parte de articular um pólo-antiburocrático.
No Brasil, viemos sentindo na pele o aprofundamento da destruição ambiental e a necessidade e urgência de uma mudança drástica. Sob o governo Bolsonaro também viemos sentindo na pele o aprofundamento da miséria de vida, com a quase completa aprovação da reforma da previdência que nos tira o direito ao futuro, desemprego e trabalho precário. Toda sua política está no sentido de construir um país que atenda aos interesses imperialistas, dos grandes empresários capitalistas e que para isso, descarregam a crise, econômica e também climática, nas nossas costas.
Lutar por um programa anti-imperialista e anticapitalista junto à classe trabalhadora
É preciso dar um basta. O capitalismo destrói o planeta e nossas condições de vida, portanto, destruamos o capitalismo!
Temos o desafio de contagiar a classe trabalhadora e impor um programa de ruptura com o capitalismo.
Precisamos lutar por uma reforma agrária radical, junto às populações originárias e do campo, que exproprie o conjunto das empresas imperialistas e do ramo agroalimentício, sob gestão dos trabalhadores e controle popular, além das indústrias energéticas e dos transportes que possam avançar para uma matriz energética sustentável e pela primazia dos transportes públicos. Com os fundos bilionários que são pagos a planos do agronegócio no Brasil, poderíamos investir em reflorestamento, com parcerias com as universidades para que avancem ao desenvolvimento científico a serviço de um plano ecologicamente responsável.
Um programa como esse, anticapitalista e anti-imperialista, só pode ser imposto com a força da classe trabalhadora, com a energia da juventude que se levanta para dizer: nosso futuro vale mais que o lucro deles!
Nas origens deste movimento em defesa do meio ambiente, a juventude europeia organizou greves estudantis semanalmente, entretanto, com o passar do tempo, viu-se que estava insuficiente e começou a chamar os trabalhadores, inclusive convocando os sindicatos e suas centrais a paralisarem por esta demanda. Além disso, em diversos países começaram a ser levantadas bandeiras de que o desgaste ambiental é sentido de forma desigual, portanto, deveria ser pauta do movimento em defesa do meio ambiente, a igualdade social, colocando no horizonte uma luta não só da juventude e contra as mudanças climáticas, mas que vá por mais e que perceba a importância e necessidade de ser uma luta travada lado a lado dos trabalhadores.
O marxismo revolucionário, para isso, é potente ferramenta e apenas a luta pelo comunismo pode dar uma saída à humanidade e à natureza.
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