Para as Eleições 2018, 256 mulheres já colocaram seus nomes à disposição como pré-candidatas pelo Partido dos Trabalhadores. O período de registro das candidaturas ainda nem começou e será finalizado somente no dia 15 de agosto, mas o número de possíveis concorrentes petistas já corresponde a 68% do total de candidatas registradas no pleito de 2014, que foi de 375.
A política interna de paridade de gênero do PT foi aprovada em 2011, tendo completado o primeiro ciclo de consolidação em 2017, com a eleição da senadora Gleisi Hoffmann como a primeira presidenta do partido.
Para impulsionar a participação de mulheres na disputa eleitoral e dar suporte às pré-candidatas, o PT lançou neste ano o projeto Elas por Elas, promovido pela Secretaria Nacional de Mulheres.
O saldo de pré-candidaturas já é considerado positivo pela secretária nacional de Mulheres, Anne Karolyne Moura, e a expectativa é de que o número cresça ainda mais até o final do período de inscrições.
“A nossa meta agora é passar de 300 pré-candidaturas nas proporcionais e estamos acompanhando as estratégias dos estados com vistas para a participação das mulheres também nas majoritárias”, diz Anne.
Em Goiás, Kátia Maria, presidenta do PT-GO, é a pré-candidata do partido ao governo do estado. Para ela, a reserva de recursos dos fundos Partidário e Eleitoral contribuirão para que a disputa entre homens e mulheres seja mais justa. No entanto, Kátia Maria defende que ainda são necessários avanços na legislação.
“Queremos uma reforma política que possa garantir uma cota nas cadeiras do parlamento e a participação de mulheres no Executivo, e não apenas um espaço para sermos candidatas”, pontua.
A senadora Fátima Bezerra, pŕe-candidata ao governo do Rio Grande do Norte, chama a atenção para a ínfima representação de mulheres nas casas legislativas. Apesar de serem maioria na população e no eleitorado, elas correspondem a apenas 10,7% da composição do parlamento, formado majoritariamente por homens, machistas e misóginos.
“Isso não é normal, não é justo e não é sensato. A luta pela equidade de gênero é necessária para a defesa da democracia”, afirma a senadora.
Pré-candidata à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), a vereadora Juliana Cardoso (PT-SP), alega que não basta apenas representação quantitativa de mulheres, mas principalmente qualitativa.
“O mais relevante é elegermos mulheres comprometidas com a igualdade social e com as lutas pela igualdade de gênero e defesa intransigente dos direitos humanos. E as companheiras do PT têm esses princípios nas suas atuações”, destaca.
O Elas por Elas realizará formação política com as pré-candidatas, que terão acesso a conteúdos relacionados à conjuntura, feminismo e o impacto do golpe contra o governo legítimo da presidenta eleita, Dilma Rousseff, na vida das mulheres.
O projeto também oferecerá preparação para planejamento de campanha e comunicação, além de assessoria contábil e jurídica em todos os estados.
A secretária Anne Karolyne diz que já é possível notar o impacto da iniciativa no número de pré-candidaturas, que tem avançado dia após dia, com uma devolutiva positiva sobre a plataforma.
“À medida que ampliamos a divulgação, mais mulheres têm manifestado a intenção de serem pré-candidatas, com o argumento de que agora, com esse suporte, elas estão mais seguras para colocar o nome à disposição”, relata Anne.
O lançamento nacional do Elas por Elas aconteceu no dia 23 de abril, no Paraná, com a presença da presidenta eleita, Dilma Rousseff, e da presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann, entre outras lideranças do partido.
A secretária nacional de Mulheres, Anne Karolyne, explica o que é o projeto Elas por Elas.
Assista aqui
Geisa Marques, Comunicação Elas por Elas