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O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, comprovou com documentos oficiais do próprio governo brasileiro que o futuro chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, mentiu ao afirmar neste domingo (16) que o presidente Nicolás Maduro não teria sido convidado para a posse de Bolsonaro. Diante do desmentido, o clã Bolsonaro ainda tentou afirmar que o convite teria partido do atual governo, segundo Carlos Bolsonaro em dois twets na manhã desta segunda-feira (aqui). A emenda ficou pior que o soneto. O Itamaraty soltou nota oficial um  pouco depois da manifestação do clã, informando que a Venezuela havia sido convidada para a posse a pedido da equipe do futuro governo. O governo venezuelano mostrou com documentos como havia notificado oficialmente o Brasil da recusa de Maduro de participar da cerimônia muito antes de haver partido um “desconvite” a pedido de Bolsonaro-Araújo. Na verdade, a versão do “desconvite” surgiu depois que Maduro esnobou Bolsonaro.

Ernesto Araújo afirmou neste domingo (16) que o governo Bolsonaro não havia convidado Maduro para a posse, agredindo o governo venezuelano:

Ernesto Araújo

@ernestofaraujo

Em respeito ao povo venezuelano, não convidamos Nicolás Maduro para a posse do PR Bolsonaro. Não há lugar para Maduro numa celebração da democracia e do triunfo da vontade popular brasileira. Todos os países do mundo devem deixar de apoiá-lo e unir-se para libertar a Venezuela.

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Jair Bolsonaro amplificou o ataque, no início da noite do domingo:

 

Jair M. Bolsonaro

@jairbolsonaro

Naturalmente, regimes que violam as liberdades de seus povos e atuam abertamente contra o futuro governo do Brasil por afinidade ideológica com o grupo derrotado nas eleições, não estarão na posse presidencial em 2019. Defendemos e respeitamos verdadeiramente a democracia.

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Pouco depois do tweet de Bolsonaro, o chanceler Jorge Arreaza divulgou num outro tweet os documentos oficiais desmentindo tanto Bolsonaro quanto Araújo:

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Cancillería 🇻🇪@CancilleriaVE

.@jaarreaza: (2/2) President @NicolasMaduro never considered to attend the inauguration of a government such as the @jairbolsonaro‘s one. This is the firm official answer we sent to @ernestofaraujo, through @ItamaratyGovBr, on past December 12th:

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Veja abaixo os documentos. O primeiro documento é o convite formal do governo brasileiro para a posse. O segundo, de 12 de dezembro, é a comunicação oficial do governo vezuelano informando que Maduro não compareceria.

“O Presidente Nicolás Maduro nunca considerou assistir à inauguração de um governo como o do Jair Bolsonaro”, enfatizou o chanceler.  “Esta é a resposta oficial firme que enviamos para Ernesto Araújo, através de Itamaraty, no dia 12 de dezembro”, afirma Arreaza, expondo o documento oficial enviado ao Brasil, como mostra a imagem abaixo.

No documento oficial enviado à embaixada brasileira, o governo bolivariano é enfático. “Com todo respeito, informamos ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil que o Governo socialista, livre e revolucionário da Venezuela, não assistiria jamais a posse de um presidente que representa a intolerância e o fascismo, além de se posicionar contrário aos interesses da integração latino-americana”.

Finalmente, na manhã desta segunda, o Itamaraty liquidou a versão bolsonarista, informando que o convite havia sido feito por orientação do futuro governo Araújo e Bolsonaro encenaram o “desconvite” apenas depois de terem sido esnobados por Maduro.

Leia a nota do Itamaraty:

Toda a organização da posse é feita em coordenação com o governo eleito. Os atos são formalizados pelo governo atual (até primeiro de janeiro de 2019, como previsto na Constituição), após consulta à equipe que assumirá na ocasião.

Sobre os convites, inicialmente, o Itamaraty recebeu do governo eleito a recomendação de que todos os chefes de Estado e de Governo dos países com os quais mantemos relações diplomáticas deveriam ser convidados e assim foi providenciado. Em um segundo momento, foi recebida a recomendação de que Cuba e Venezuela não deveriam mais constar da lista, o que exigiu uma nova comunicação a esses dois governos.”

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