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Ao Jornal PT Brasil, o gaúcho Edegar Pretto esclarece que o governo autorizou a importação de até 1 milhão de toneladas do produto para garantir o abastecimento

Edegar Pretto, presidente da Conab, garantiu durante entrevista ao Jornal PT Brasil que o país não corre risco de desabastecimento com a tragédia no RS

“O Brasil não corre risco de desabastecimento de arroz”, garante Edegar Pretto, presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Em entrevista exibida nesta sexta-feira (17) no programa Jornal PT Brasil, da TvPT, ele reafirmou o que já vem sendo divulgado pelo governo desde o início da tragédia climática que afeta a maior parte do Rio Grande do Sul, apesar de o estado ser responsável por 70% a 74%, dependendo da safra, do arroz que é consumido no país.

“A colheita do arroz no Rio Grande do Sul está praticamente feita, com apenas 17% da produção ainda no campo. Na terça-feira (14), a Conab apresentou o oitavo levantamento de previsão de safra  e o que nós apuramos é que dos 17% que estavam no campo 8% foram afetados pelas enchentes . Ou seja, nós não temos risco de desabastecimento de arroz. O que estamos prevendo é que teremos uma safra maior comparada com a do ano passado em torno de 4,5 a 6% maior”, assegurou Edegar.

Assista a íntegra do programa Jornal PT Brasil desta sexta-feira (17) 

https://youtube.com/watch?v=1b0Gt9je4NM%3Ffeature%3Doembed%26modestbranding%3D1%26showinfo%3D0%26rel%3D0

Por cautela com relação ao abastecimento e a oferta do produto aos consumidores, o governo determinou a importação de 1 milhão de toneladas de arroz.

“A questão é que não temos ainda o resultado do impacto sobre a colheita armazenada e o que pode ter sido afetado pelas águas e a grande questão é o escoamento da produção, especialmente para abastecer as regiões mais distantes” apontou Pretto.

“O arroz, infelizmente, começou a subir de preço, aumentou para o consumidor e por isso é que o governo decidiu que nós vamos importar arroz, do Mercosul, especialmente, para garantir o abastecimento do produto para as periferias principalmente. Faremos o estoque público de arroz” afirmou o presidente da Conab.

Fake news e prejuízos aos produtores

Edegar Pretto criticou a divulgação de notícias falsas com relação ao desabastecimento de alimentos.

“Infelizmente tem uma onde desinformação no país, pessoas que se aproveitam desse momento difícil para espalhar notícias falsas, mentirosas, dizendo para as pessoas fazerem estoque de arroz porque vai faltar e isso sim pode desequilibrar os estoques. O Brasil não corre risco de desabastecimento. É uma questão momentânea no estado produtor de arroz e por isso o governo nos autorizou a comprar até 1 milhão de toneladas de arroz”, destacou.

Ele abordou ainda os prejuízos provocados pelas enchentes no Rio Grande do Sul que provocou grandes prejuízos aos produtores gaúchos.

“Tantos os grandes produtores como os pequenos agricultores têm uma importância enorme nessa produção de arroz. O arroz ecológico, que é produzido pelo MST e é o maior produtor da América Latina. Em Eldorado do Sul, Nova Santa Rita, Viamão, que são os grandes espaços de produção do arroz do MST a produção já estava colhida, mas uma parte estava nos armazéns e foi perdida, infelizmente. Somente em Eldorado os assentados perderam 600 mil sacas de arroz orgânico. Além da perda do produto ainda tem toda a questão de sensibilidade do solo onde é plantado”, explicou ele.

Retorno dos estoques públicos

Durante a entrevista, Edegar Pretto falou sobre o abandono da Conab pelo governo anterior e a política de extinção dos armazéns da companhia.

“O governo anterior trabalhava claramente  com a lógica de extinção da Conab, dentro de um  projeto de que a maior companhia de abastecimento da América Latina não tinha nenhuma importância. Tanto que acabaram com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, não teve mais Plano Safra da Agricultura Familiar, não teve mais compras públicas e o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), que é o maior programa que a Conab operacionaliza, que é comprar o produto diretamente da agricultura familiar para ir um alimento saudável para as mesas dos brasileiros, estava praticamente extinto”, lembrou Pretto.

“No governo passado foram fechados quase 40% dos nossos armazéns, a Conab ainda tem 64, mas 27 das unidades armazenadoras, que são grandes complexos de armazenamento de alimentos, também  foram desativadas”, denunciou.

O presidente da Conab reforçou o retorno da política de estoques públicos de alimentos.  “Agora, a Conab está sugerindo ao governo que  para o próximo Plano Safra, que será anunciado em junho, formar um estoque de arroz, feijão, mandioca, para garantir o equilíbrio de preços para os consumidores. Não queremos mais ver os pobres terem de trocar seus hábitos alimentares porque não podem comprar mais alimentos. Se houver necessidade, o governo vai se preparar para fornecer comida mais barata nas periferias das cidades”.

“Vamos voltar a fazer estoques públicos. Para se ter uma idéia, em 2007, no segundo governo do presidente Lula, a Conab tinha em seus armazéns 2 milhões de toneladas de arroz”, concluiu.

Com informações do PT Org

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