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Ao Jornal PT Brasil, deputado e secretário de Comunicação do PT comentou rejeição de 52% da população à privatização da Sabesp. “O compromisso do governador é com as empresas, não é com a população”, criticou

Para Tatto, o desastre da Enel deve servir de exemplo: “O estado vai ter que voltar a estatizar essas empresas porque não vai dar certo”

A sanha privatista do governador de São Paulo tem encontrado resistência junto à população. Pesquisa Quaest divulgada nesta segunda-feira (15) mostrou que 52% dos paulistas rejeitam a privatização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).

“O governador tem uma certa tara em privatizar tudo. Não tem seriedade, não tem planejamento. A população, diante de todo esse bombardeio neoliberal de que tudo tem que ser privatizado, mesmo assim, quando um instituto consulta, a tendência é rejeitar”, afirmou o secretário nacional de Comunicação do PT, deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP).

A opinião da população em relação à proposta de privatização da Sabesp decorre, segundo Jilmar, da experiência com o serviço muito ruim prestado pela empresa de energia privada, a Enel, no estado de São Paulo. Ela é um exemplo claro do que vai acontecer daqui a alguns anos.

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“O estado vai ter que voltar a estatizar essas empresas porque não vai dar certo. O compromisso (do governador) é com as empresas, não é com a população. É com o mercado, não é com o povo paulista. É com uma política neoliberal de desmontar o estado e colocá-lo a serviço da empresa privada, do grande capital, e não o estado a serviço daqueles que mais precisam”, declarou o deputado, ao dizer que em relação à Sabesp não vai ser diferente.

“Ela é hoje uma empresa lucrativa, é uma empresa do estado, que presta um serviço para a população que tem que melhorar, evidentemente, cada vez mais tem que aperfeiçoar, tem que expandir a sua rede, mas o caminho não é a privatização”, sentenciou. O governador faz uma disputa ideológica por meio da grande mídia e redes sociais que têm justamente essas empresas como grandes patrocinadoras.

Privatização beneficia grandes corporações

Apesar das tentativas de influenciar a opinião pública de que a privatização é o melhor caminho, mesmo assim a população que precisa de serviço sabe da importância que tem o estado, assim como acontece com o SUS, a educação e outros.

“O estado precisa estar à frente desses serviços essenciais tão necessários à população e o governador não tem esse compromisso. O partido dele não tem esse compromisso, foi assim no governo federal passado e agora infelizmente o estado de São Paulo tem um governador que só se preocupa em beneficiar as grandes empresas multinacionais, e agora empresas estatais de outros países”, salientou, ao ressaltar que as empresas públicas foram criadas e construídas com recursos públicos.

“Agora o governador quer privatizar para entregar quase que de graça para essas empresas internacionais”, apontou, ao afirmar que há um forte movimento na cidade de São Paulo para evitar a privatização.

“A resistência está muito grande por parte da Câmara de São Paulo, por parte dos sindicatos e da população e esperamos que o Boulos ganhe eleição e reverta a situação porque o prefeito atual também é favorável à privatização da Sabesp, mesmo a Sabesp prestando um bom serviço”, assinalou.

A cidade de São Paulo tem um peso muito grande na questão da Sabesp porque quase a metade da receita da empresa é da capital.

Contramão da tendência mundial

Por não terem compromisso com a qualidade da prestação de serviços à população, em outros países, principalmente na Europa, essas empresas que assumiram setores estratégicos estão perdendo as concessões.

“Principalmente o que foi privatizado na época da primeira ministra da Inglaterra, Margareth Thatcher, agora o que estamos vendo é a reversão das privatizações. Está voltando tudo para o estado porque as empresas privadas não têm competência e não têm compromisso com a prestação do serviço público. O serviço não vai ser prestado, não vai ter expansão e a tarifa vai ser cara”, previu Jilmar, ao lembrar que foi assim com o setor de telefonia, energia e a história vai se repetir com a CPTM, o metrô e a Sabesp.

Diante da falta de compromisso com a prestação de um serviço público com qualidade e tarifa condizente com o que a população pode pagar, Jilmar alertou para a questão da tarifa social que não está na pauta das empresas privadas.

“Eles não têm essa preocupação, não põem no cálculo da empresa na hora de fechar as contas, por isso que dão lucros. Elas tiram essa parte que é o subsídio necessário para as pessoas de baixa renda”, ressaltou, ao reafirmar a importância da política de tarifa social para aqueles que não podem pagar e precisam ter o serviço garantido.

Lucros vão para o exterior

Os altos dividendos são obtidos pelas empresas privadas às custas do mau serviço prestado à população. “São muitos apagões, é só chover um pouquinho, é só ter um pouco de vento e já vem os apagões. Às vezes nem precisa chover, nem precisa de vento que os apagões acontecem porque eles não fazem a manutenção”, denunciou o deputado.

Ao invés de investir na própria empresa e na manutenção e expansão da rede, essas empresas enviam os lucros para fora do país. “São às vezes estatais lá fora. A estatal nossa aqui não serve, é engraçado porque as estatais de outros países vêm aqui e compram nossas empresas públicas”, observou.

O metrô de São Paulo é reconhecido mundialmente como uma empresa que presta um excelente serviço. Se privatizado, diz Jilmar, deixarão de fazer a manutenção, de pagar bem os funcionários para precarizar o serviço e depois falar que tem que privatizar, ao invés de expandir a rede que é uma necessidade que tem a cidade de São Paulo e a região metropolitana.

“Infelizmente a população acabou votando no Tarcísio e esse processo está acontecendo. Especificamente em relação ao metrô e CPTM ele está gastando R$ 100 milhões num contrato que não diz exatamente para que, mas é para fazer estudos para poder privatizar”, denunciou.

Com informações do PT Org

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