O senador bolsonarista Roberto Rocha (PTB-MA) é suspeito de estar envolvido no desvio de verbas de emendas parlamentares no Maranhão. Ele é investigado junto a outros políticos sob ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, conforme reportagem da Folha de S.Paulo.
Os investigadores analisaram mensagem enviadas pelo WhatsApp e em um dos diálogos, um suspeito enviou tabelas e anotações com valores, nomes de pessoas e de municípios maranhenses. Um dos nomes que apareceram foi o do corregedor do Senado, Roberto Rocha.
O senador afirmou à Folha que desconhece a investigação e que não foi procurado pela polícia provavelmente por ela ter concluído pelo seu não envolvimento. A polícia não se manifestou sobre a situação de Rocha.
Segundo o relatório de análise de material apreendido, Josival Cavalcanti da Silva, conhecido como Pacovan e apontado pela PF como agiota, enviou quatro imagens a Antônio José Silva Rocha, conhecido como Rocha Filho, em agosto de 2020. Os dois são investigados.
Uma das imagens é uma tabela identificada como “Roberto Rocha”, com três colunas (data, cidade e valor). Os nomes “Magla”, “Bela Vista” e “Milagre do MA” aparecem ao lado de valores que somam R$ 980 mil e na data de (4/11/2019) em todas as situações. Há outros valores escritos à mão. De acordo com os policiais, são referências a municípios maranhenses.
Em outra imagem, uma foto de um papel com “Rocha” na parte superior, seguido dos valores “R$ 32.000,00”, ao lado de “Milagre”, e “R$ 55.000,00”, relacionado a “Barreirinhas”. Essas são anotações manuscritas. A PF suspeita de um acerto de contas do grupo.
Depois da a apreensão e análise dos documentos, a PF enviou as informações para a 1ª Vara Federal do Maranhão, que remeteu o caso ao STF por envolver autoridades com foro.
O inquérito foi encaminhado a Lewandowski por ser ele o relator de outra investigação sobre a conduta de Maranhãozinho. A PGR opinou sobre o caso em junho de 2021, por ordem do ministro: “As investigações levadas a efeito no inquérito ora em análise indicam a existência de uma possível organização criminosa voltada para a compra de emendas parlamentares destinadas às ações de saúde nos municípios maranhenses”, disse a PGR.
A Procuradoria afirmou que os repasses e possível desvio de recursos aos municípios com referência a Rocha ocorreu em 2019, presente “a temporalidade entre o mandato, ainda vigente, “com a suposta negociação de compra de emendas parlamentares destinadas a municípios maranhenses”.
Lewandowski seguiu o mesmo posicionamento da Procuradoria. Ele determinou a abertura de inquérito e validou os atos decisórios do Juízo da 1ª Vara Federal da Subseção Judiciária do Maranhão.
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