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Com 180,4 mil vagas formais em janeiro, geração de empregos dobra em um ano. Média salarial também teve ligeira melhora

O Brasil criou 180,4 mil vagas de empregos com carteira assinada em janeiro. O saldo é resultado de 2,07 milhões de admissões e 1,89 milhão de demissões. De acordo com os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o indicador dobrou em relação a janeiro do ano passado, quando foram criados 90 mil empregos formais.

A comparação anual é considerada a mais adequada por especialistas. O estoque, quantidade total de vínculos celetistas ativos no período, contabilizou 45,7 mil vínculos, uma variação positiva de 0,39% em relação ao estoque do mês anterior.

O maior crescimento do emprego formal ocorreu no setor de serviços, com um saldo de 80,5 mil postos formais de trabalho. Em seguida aparece a indústria, com saldo de 67 mil postos formais, construção civil, saldo de 49 mil, e a agropecuária, que gerou 21,9 mil postos de trabalho. O comércio foi o único com resultado negativo no mês de janeiro, com perda de 38,2 mil postos de trabalho.

Para o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, o saldo de janeiro é uma boa sinalização para a economia brasileira em 2024. “Não foi o principal resultado para o mês, mas tem um patamar importante de largada na economia deste ano”, disse, em coletiva de imprensa, ao destacar o papel da indústria, que teve um aumento significativo de vagas. “A reestruturação do parque industrial brasileiro é a oportunidade de o Brasil se reinserir globalmente no debate, como os debates de matriz energética e os anúncios do setor automotivo, com investimentos relevantes”, afirmou.

Embora não tenha sido o setor que gerou mais empregos, o economista Matheus Pizzani, da CM Capital, destacou que a indústria foi o grande destaque da divulgação, pois registrou um desempenho superior a todo o último ano. “Sinaliza um início de ano forte em termos de criação de vagas no setor secundário da economia. Chama ainda mais atenção o fato de essa geração de empregos ter sido concentrada majoritariamente na indústria de transformação, o mais relevante entre os componentes industriais e com melhores salários”, avaliou.

“O aumento da mão de obra pode de fato não se converter em aumento do produto no curtíssimo prazo, porém, pode sinalizar uma melhora do nível de confiança das empresas do setor e, consequentemente, gerar perspectivas mais positivas para o resultado da indústria nos próximos meses e em 2024 como um todo”, acrescentou Pizzani.

ECO-Emprego
ECO-Emprego(foto: Valdo Virgo)

Sobre o setor de serviços, o economista afirmou que o número chama atenção também pela alta do volume de serviços prestados no mês. “Essa combinação reforça a hipótese de que o setor abriu 2024 com nível de atividade forte, contrariando sua própria sazonalidade e a expectativa traçada até aqui em função dos efeitos deletérios da política monetária, que deveriam estar agindo no sentido de restringir esse tipo de comportamento”, disse.

Salário médio

O salário médio real de admissão foi de R$ 2.118,33 no mês, um aumento de R$ 69,24 em comparação com o valor de dezembro de 2023, quando o valor era de R$ 2.049,09. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o ganho real foi de R$17,17, que representa uma alta de 0,82%.

O governo destacou a política de valorização do salário mínimo como um fator positivo, além da atualização da tabela do Imposto de Renda, que fez com que a nova faixa de isenção beneficiasse as pessoas que recebem menores salários.

Para o economista Volnei Eyng, CEO da Multiplike, os dados do Caged mostram que o Banco Central foi extremamente assertivo quando foi cauteloso com a diminuição dos juros. “De um outro lado, de um viés negativo, acende novamente uma possibilidade de inflação. Isso deve levar o Banco Central na próxima semana, na superquarta, a rever e tirar o plural da diminuição das duas próximas reuniões da taxa Selic de meio por cento”, avaliou Eyng.

Ele destacou ainda que a economia inicia o ano bem acima da expectativa. “Sendo maior empregador o setor de serviços, que também é o setor que mais sofre com o impacto do aumento real de salário, o BC deve partir para uma maior cautela na redução de juros para um controle da inflação”, emendou.

Com informações do Correio Braziliense

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