O ex-presidente Jair Bolsonaro participou do lançamento da pré-candidatura do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) à Prefeitura do RJ
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) discursou durante o lançamento da pré-candidatura do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) à Prefeitura do Rio de Janeiro, na manhã deste sábado (16/3). Em sua fala, o ex-chefe do Executivo não menciona diretamente os depoimentos divulgados nesta sexta-feira (15/3) sobre a chamada “trama golpista”, investigada pela Polícia Federal (PF), entretanto, disse ser vítima de “acusações absurdas”.
Bolsonaro afirmou ainda que não tem medo de qualquer julgamento. No entanto, frisou que são necessários “juízes isentos” — em referência ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“Não faltarão pessoas para te perseguir, para tentar te derrotar, para te acusar das coisas mais absurdas, até de molestar uma baleia no litoral do Brasil”, disse o ex-presidente. Ele prosseguiu: “Preferi voltar para o Brasil com todos os riscos que corro. Não tenho medo de qualquer julgamento, desde que os juízes sejam isentos”.
Bolsonaro chegou a questionar novamente o motivo de ter sido declarado inelegível até 2030 – o ex-mandatário foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitora (TSE) por causa dos ataques que fez ao sistema eleitoral brasileiro durante reunião com embaixadores em julho de 2022.
O ex-presidente aproveitou para criticar o atual governo, comandado pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva: “Eu sou um paralelepípedo no sapato da esquerda. Esse governo apoia o MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra]. No meu governo, o MST não teve espaço”. Por fim, Bolsonaro teceu elogios a Ramagem, que foi chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), também compareceu ao evento para apoiar a pré-candidatura do deputado federal.
Bolsonaro no centro da trama golpista
Dos 27 depoimentos com sigilo levantados pelo ministro Alexandre de Moraes, pelo menos dois colocam o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) no centro de uma trama golpista. Pelas informações prestadas pelo general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, e por Carlos de Almeida Baptista Jr, ex-comandante da Aeronáutica, Bolsonaro ou participou da elaboração da chamada “minuta golpista” ou sabia da existência dela e não fez nada para impedir. Pelo contrário, teria incentivado.
Os depoimentos dos militares e até dos outros 13 envolvidos (além de Bolsonaro) que optaram por ficar em silêncio nas oitivas usando os mesmos argumentos do ex-mandatário complicam bastante a situação de Bolsonaro diante da Justiça e da Polícia Federal.
Juristas e investigadores da Polícia Federal ouvidos pelo Metrópoles (leia aqui) consideram que as informações contradizem as versões que Bolsonaro deu até o momento, de não agir fora da Constituição.
Com informações do metrópoles
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