A intervenção federal no Rio de Janeiro foi talvez a medida mais criminosa do usurpador Michel Temer. O que se espera é que ele pague na Justiça pela longa fila de ilegalidades que cometeu ao decretar essa medida, que irá custar BILHÕES aos depauperados cofres públicos deste país devido, exclusivamente, aos interesses políticos e econômicos dessa desgraça em carne e osso que o Brasil tem o desprazer de chamar de “presidente”.
A intervenção militar é um fracasso de crítica entre as pessoas que pensam, mas é bem possível que uma população acuada como a do Rio caia no mais caro golpe publicitário de que se tem notícia no Brasil.
Em primeiro lugar, é preciso notar a gravidade e o ineditismo dessa medida. Embora as forças armadas já tenham atuado diversas vezes em diversos estados nos últimos anos, a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, anunciada na sexta-feira (16/2), é a primeira do tipo desde a promulgação da Constituição de 1988.
Nas intervenções federais com militares como a que ocorreu durante as Olimpíadas no Rio, por exemplo, em regra é o próprio governador que pede a ajuda e, aí, o governo federal manda tropas. Mas quem coordena tudo ainda é o governador.
O que ocorreu no Rio por iniciativa de Temer foi diferente. Essa intervenção é muito maior e muito mais grave: está sendo substituído o governador num determinado assunto, a segurança pública. O general interventor tomará decisões sobre segurança sem dar satisfação ao governador.
Dito isso, vem a primeira pergunta incômoda que há para fazer sobre essa medida infame. E ela está sendo feita até pela grande mídia, geralmente submissa aos abusos dos golpistas. No portal UOL uma pergunta que não quer calar: Por que governo federal intervém no Rio se há outros Estados com mais mortes?
Excelente pergunta. Apesar de o governo federal ter assinado decreto determinando a intervenção federal devido à crise de segurança no Rio de Janeiro, o Estado está longe de ser o mais violento do país em ranking de mortes. O Rio aparece em décimo lugar no país, melhor que Sergipe, Rio Grande do Norte, Alagoas, Pará, Amapá, Pernambuco, Bahia, Goiás e Ceará, como se vê no gráfico abaixo
Em seguida, há que avaliar a péssima repercussão que essa medida teve mundo afora. E para que não digam que estou exagerando, reproduzo manchete do UOL, insuspeito de ser “petista”, que relata que a repercussão internacional da intervenção no Rio foi trágica para a imagem do país.
E para provar que falo sério, reproduzo comentário do antipetista e bajulador de Temer Ricardo Noblat, da revista Veja
Como se vê, Noblat não só confirma que a mídia internacional viu um ato condizendo com ditadura, na intervenção militar no Rio, como, também, confirmou para todos o que Blogs como este vêm dizendo, que a mídia estrangeira também acha que Dilma Rousseff foi derrubada por um golpe
O mais hilariante nessa história é que o próprio general-interventor, segundo o Estadão, deu a entender que não há maiores motivos para essa intervenção e insinuou – a credite quem quiser – que a iniciativa de Temer é busca por “muita mídia”.
‘Conexão Estadão’: O que está por traz da intervenção no Rio?
Então a pergunta que não quer calar é: se há Estados com mais violência e criminalidade que o Rio que não sofreram intervenção, se a situação da segurança no Rio nem é tão grave (segundo o general-interventor) e se essa medida prejudicou a imagem do Brasil no exterior, por que, diabos, essa porcaria de medida foi tomada?
Quem começou a matar a charada foi o site de matriz russa Sputnik: Intervenção no Rio é estratégia para seduzir opinião pública.
https://br.sputniknews.com/brasil/2018021610547094-intervencao-rio-estrategia-opiniao-publica-temer/
Estratégia de quem para “seduzir” a opinião pública brasileira? De quem tomou a medida, Michel Temer.
Como você vai ver no vídeo, ao fim do texto, tem muito carioca otário que vai embarcar nessa farsa que não resolverá nada na questão da segurança naquela cidade.
Não resolve. Intervenção militar no Rio não fará nada além de abusar de pobres, humilhando-os e até matando-os ao confundirem a população das comunidades pobres com “bandidos”. E é aí que está o perigo, a total inabilidade de soldados para lidarem com a população.
Soldado é feito para guerrear, não para cuidar da segurança de cidades em tempos de paz. Soldado não é treinado para servir o público, como é dever da polícia; soldado é treinado para matar e destruir. Em guerras.
Mas se não basta todas essas demonstrações de que a intervenção no Rio é uma farsa, vamos dar a palavra a Michel Temer, no vídeo ao fim do texto. Ele vai confessar que a intervenção não tem importância alguma.
O que acontece é que a Constituição estabelece que não é possível votar modificações nessa mesma Constituição se houver intervenção federal em alguma parte do país. Por exemplo: com a intervenção o governo não pode votar a reforma da Previdência.
E o que diz Temer? Vamos assistir ao vídeo e ver o que ele dirá sobre isso.