youtube facebook instagram twitter

Conheça nossas redes sociais


Juíza que decidiu que triplex é da OAS baseou-se em provas, não convicções

Tão certo quanto, no Brasil, dois e dois são cinco, é batata que você não verá a juíza Luciana Corrêa Tôrres de Oliveira, da 2ª Vara de Execução de Títulos Extrajudiciais do Distrito Federal, no Jornal Nacional.

Primeiro, porque Luciana fez algo que joga por terra a narrativa da criminalização antecipada de Lula no caso do famoso triplex.

Depois, Luciana é o que se poderia chamar de anti Moro: discreta e profissional, segundo um jurista brasiliense que a conhece.

Luciana determinou a penhora do Edifício Salinas, no Condomínio Solaris, no Guarujá, para saldar dívidas da OAS, como noticiou Mino Pedrosa em seu blog na última sexta feira, dia 12.

Ao atender o pedido protocolado em julho de 2017, se respaldou no que a Lava Jato ignorou por motivos óbvios: o registro oficial da propriedade, aponta o jornalista Marcelo Auler.

Ou seja, ela cumpriu a lei com provas e não convicções, orientada por documentos, fatos e não uma tese pré estabelecida ou uma delação premiada. E, importante: sem querer agradar uma imprensa amiga.

A juíza Luciana

Não há fotos dela no Google. Sem registro de palestras. Nenhum parente criou uma página no Facebook enaltecendo seus feitos.

Desde que sua decisão veio à tona, contradizendo a história que Sergio Moro quer emplacar com a ajuda dos suspeitos de sempre, Luciana não virou uma celebridade como seu colega de Curitiba, dando pitados sobre qualquer coisa.

É o que se espera de alguém nessa posição.

A velha mídia não se interessou por ela. Se tivesse corroborado a argumentação lavajateira, teria toda a GloboNews em seu encalço.

Bastaria deixa a vaidade e o apetite pelos holofotes tomarem conta. Mas, para tanto, teria que passar por cima do estado de direito — e da democracia.

À sua maneira, observando o decoro, sem transformar seu ofício em palanque, sem politizar o judiciário, apenas, enfim, fazendo o que tinha que fazer, Luciana Corrêa Tôrres de Oliveira entrou para a história.

Por Kiko Nogueira