O vereador Dr. Brito, do Patriota, de Foz do Iguaçu, Oeste do Paraná, um servidor público da Secretaria Municipal de Saúde e outras quatro pessoas foram presas nesta terça-feira (16) na oitava fase da Operação Pecúlio. Chamada de Operação Renitência, que significa teimosia, a ação foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta terça. O servidor preso atuava da Fundação Municipal da Saúde.
Os detidos são suspeitos de desviar dinheiro público por meio de fraude em licitação. As investigações feitas em conjunto com Ministério Público Federal (MPF) de Foz do Iguaçu indicam uma organização criminosa comandada pelo vereador da cidade.
Segundo o procurador Alexandre Porciúncula, Dr. Brito é o mentor e principal beneficiário do esquema criminoso. “Ele é pré-candidato a deputado estadual e visava angariar dinheiro para campanha”, declarou o procurador.
De acordo com a Polícia Federal, há indícios de fraudes em pregões que levaram à assinatura de dois contratos entre uma clínica e a Fundação Municipal de Saúde de Foz do Iguaçu para a prestação de serviços para o Hospital Municipal Padre Germano Lauck.
O delegado Sérgio Ueda afirmou que com alguém (o servidor de confiança do vereador) dentro da Fundação Municipal de Saúde seria possível direcionar processos de atos que deveriam ser publicitados por meio de editais. Segundo ele, “informações poderiam ser fornecidas antecipadamente, como de concorrentes, para um direcionamento dessas licitações”.
Um dos contratos investigados era de R$ 20 mil por mês e o outro de cerca de R$ 75 mil. Um empresário denunciou o esquema e disse que havia sido procurado para que pagasse 10% dos valores ao grupo e que a clínica de radiologia de Brito também fosse beneficiada com novos equipamentos.
Toda a ação foi monitorada por meio de gravação das conversas mantidas entre o colaborador e o grupo. Entregas de dinheiro também foram registradas.
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Segundo matéria do G1 de outubro passado, o Dr. Brito apresentou um projeto de lei que institui o programa ‘Escola sem Partido’ em Foz do Iguaçu.
Caso a proposta seja aprovada, fica limitada nas escolas municipais a discussão, entre outros, sobre religião, política, identidade de gênero e orientação sexual.
Antes de seguir para votação em plenário, o projeto de lei 95/2017 será debatido em uma audiência pública que deve ser realizada até o fim de outubro.
Pela proposta, o poder público não intervirá no “processo de amadurecimento sexual dos alunos” e nem permitirá qualquer forma de afirmação como verdadeiro ou tentativa de converter os alunos nas abordagens das questões de gênero, por exemplo.
O texto define ainda que o professor não poderá “promover os seus próprios interesses, opiniões, concepções ou preferências ideológicas, religiosas, morais, políticas e partidárias e não fará propaganda político-partidária em sala de aula nem incitará seus alunos a participar de manifestações, atos públicos e passeatas”.
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Do Paraná Portal: