Nathalia Melo de Queiroz é filha do ex-policial militar Fabrício Queiroz, que serviu como motorista do deputado estadual Flávio e era amigo íntimo da família Bolsonaro.
Foi assessora no gabinete de Flávio Bolsonaro, que fez carreira de treze anos no partido com maior número de acusados na Lava Jato, o PP, e em seguida migrou para o PSC e o PSL.
Nathalia trabalhou ao mesmo tempo como recepcionista de uma academia do Rio de Janeiro, como demonstrou o repórter Marcelo Auler.
Nathalia em seguida serviu a Jair Bolsonaro na Câmara Federal, mas morando no Rio e trabalhando como personal trainer de celebridades.
Ao fazer a revelação, o diário conservador paulistano Folha de S. Paulo demonstrou que Nathalia trabalhou como personal no horário de expediente da Câmara — a carga horária para receber o salário bruto de R$ 10.088,42 é de 40 horas, mas o assessor pode trabalhar no estado de origem do parlamentar, a quem cabe contabilizar as horas trabalhadas.
Nathalia serviu a Jair Bolsonaro durante 23 meses, de dezembro de 2016 a outubro de 2018. O salário mais recente dela, bruto, foi de R$ 10.088,42.
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) descobriu transações atípicas na conta bancária do pai de Nathalia, Fabricio Queiroz, que movimentou R$ 1.236.838,00 entre 01/01/2016 e 31/01/2017.
Destes treze meses cobertos pelo relatório, Nathalia trabalhou 11 com Flávio Bolsonaro e 2 com Jair Bolsonaro.
Portanto, as transferências para a conta do pai atribuídas a ela, de R$ 84.110,04, referem-se majoritariamente ao período em que trabalhou na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, a Alerj, como Assessor Parlamentar I, com salário bruto de R$ 10.502,00.
Considerando um salário líquido de 7 mil reais por mês, em 13 meses Nathalia teria recebido por volta de R$ 91 mil reais como assessora de Flávio e Jair Bolsonaro.
Ou seja, ela praticamente repassou todo o salário para a conta do pai (R$ 84 mil).
Nathalia e o pai foram demitidos de seus cargos em outubro de 2018, entre o primeiro e o segundo turno das eleições.
Mas a Operação Furna da Onça, que prendeu deputados estaduais do Rio que venderam votos na Alerj em troca de benefícios do governo estadual, só aconteceu em novembro.
Por isso, deputados do PT denunciaram que a família Bolsonaro pode ter sido beneficiada com informação privilegiada, o que teria permitido que tomasse medidas preventivas — a demissão de Fabrício e Nathalia, por exemplo.
A personal trainer apagou sua conta no Instagram, o que indica que ela pretendia esconder informações embaraçosas.
Os horários de postagem e os horários em que as fotos foram feitas poderiam demonstrar que Nathalia recebeu dinheiro público sem trabalhar.
Um ex-“colega de gabinete” de Nathalia, o tenente-coronel da Polícia Militar do Rio de Janeiro Wellington Servulo Romano da Silva, passou 248 dias em Portugal enquanto “trabalhava” para Flávio Bolsonaro — metade do tempo que durou sua contratação –, conforme denúncia do Jornal Nacional. São outros R$ 86 mil cujo destino está em dúvida.
O relatório do Coaf mostra que Queiroz, o pai de Nathalia, transferiu R$ 24 mil para a futura primeira dama Michelle Bolsonaro.
Jair Bolsonaro disse que, se os investigadores olharem no período anterior ao do relatório, vão encontrar um total de R$ 40 mil em transferências.
O presidente eleito alega que seria o pagamento de um empréstimo feito ao motorista supostamente milionário.
Bolsonaro justificou as transações na conta da futura primeira dama dizendo que não tem tempo de ir ao banco.
O motorista Queiroz está sumido e só deve emergir depois que Jair Bolsonaro assumir o Planalto, quando fica livre de investigações.
O caso está sendo investigado pelo Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro, que é combativo mas mais sujeito a pressões políticas.
Hoje O Globo mostrou que além da ex-mulher, da atual mulher e de duas filhas, Queiroz indicou outros dois assessores de Flávio Bolsonaro: a enteada Evelyn Mayara de Aguiar Gerbatim e o ex-marido da atual esposa, Márcio da Silva Gerbatim.
O pai de Evelyn disse ao diário conservador carioca que a filha estuda de manhã e trabalha numa farmácia à tarde.
Ou seja, já há indícios fortes de que ao menos três laranjas trabalhavam para a família Bolsonaro — Nathalia, Wellington e Evelyn Maiyara.
Para completar, a revista IstoÉ demonstrou que um militar que trabalhou durante cerca de 20 anos no gabinete de Jair Bolsonaro, o capitão do Exército Jorge Francisco, já falecido, fez doações para campanhas da família nos anos de 2002, 2004, 2012, 2014 e 2016.
Isso não é proibido, mas eram valores relativamente altos.
“Em 2004, doou R$ 10 mil para a primeira eleição de Carlos Bolsonaro (PSL-RJ) à Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Naquele ano, Carlos recebeu R$ 34,5 mil em doações para a sua campanha. Ou seja, apenas José Francisco foi responsável por aproximadamente 30% das doações recebidas por Carlos na sua primeira investida, vitoriosa, para a Câmara. Em valores atualizados, esses R$ 10 mil doados por Francisco seriam equivalentes a aproximadamente R$ 22 mil em 2018”, informou a revista.
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