A hidradenite supurativa (HS) provoca feridas na pele que soltam pus, afetando a qualidade de vida física e mental dos pacientes
As pessoas diagnosticadas com hidradenite supurativa (HS), uma doença de pele grave, ganharam uma nova opção de tratamento.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do Cosentyx (secuquinumabe) em 6 de novembro. Ele é o segundo medicamento imunobiológico com indicação de uso para a condição aprovado no Brasil.
A hidradenite supurativa, também conhecida como acne inversa, é uma doença dermatológica crônica e inflamatória que afeta o folículo piloso (região em que nascem os pelos do corpo). Ela causa a formação de feridas na pele que expelem pus e podem resultar em mau cheiro.
Essas lesões geralmente aparecem nas áreas de dobra, como nas axilas, virilha, região perineal e perianal, nádegas e embaixo das mamas e, por vezes, precisam ser drenadas. Como resultado, além das feridas, o paciente sofre impactos na mobilidade e no convívio social.
“É uma doença devastadora, com uma das piores qualidades de vida que temos na dermatologia. Nos casos graves, o paciente pinga pus e tem dor. Ele não consegue sentar, ter vida social, estudar ou trabalhar”, afirma o dermatologista Wagner Galvão César, dos hospitais Alemão Oswaldo Cruz e Sírio-Libanês.
Estima-se que 800 mil pessoas sofrem com a doença no país. Cerca de 42% dos pacientes desenvolvem depressão e/ou ansiedade por conta das cicatrizes, restrições de movimentos, estigma e isolamento social.
Os primeiros sinais da hidradenite supurativa costumam aparecer na adolescência, entre 12 e 19 anos. Alguns pacientes podem desenvolver o problema mais tarde. Em geral, a doença está associada à variação hormonal.
A hidradenite supurativa é uma condição de pele crônica caracterizada pelo inchaço dos folículos pilosos
Novo tratamento
O secuquinumabe é uma medicação injetável, fabricada pela farmacêutica Novartis. O remédio está indicado para pacientes adultos com quadro de moderado a grave. O uso pode ser semanal, quinzenal ou mensal, a depender da fase do tratamento.
O remédio bloqueia um sinalizador da inflamação, a citocina IL-17A, importante no desenvolvimento de algumas doenças inflamatórias e autoimunes.
Os ensaios clínicos mostraram que o uso do medicamento reduz a recorrência das crises da doença, levando o paciente a sentir menos dor, ter menos lesões novas e menos feridas inflamadas. “É uma doença crônica grave e complexa. O tratamento consegue melhorar o quadro e evitar que evolua”, afirma César.
O medicamento já é usado para o tratamento de outras doenças inflamatórias, como psoríase em placas, artrite psoriásica, e espondilite anquilosante.
Com informações do Metrópoles
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