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Segundo Rodrigo Pacheco, a presidência do Senado é “muito importante para a democracia”

 Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, considera fim do ciclo na Casa, mas deixa aberta a candidatura a outros cargos -  (crédito:  Ed Alves/CB/DA.Press)

Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, considera fim do ciclo na Casa, mas deixa aberta a candidatura a outros cargos – (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)

Paris — Numa rápida entrevista, no fim de semana, no último dia do Fórum Internacional Esfera, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), declarou com todas as letras: “É muito provável que o meu ciclo no Legislativo já se encerre e eu não dispute mais”, afirmou. A frase veio em resposta a uma pergunta sobre as pautas bolsonaristas que podem ingressar na lista de matérias a serem votadas na Casa, como forma de ajudar a alavancar uma possível candidatura. Pacheco foi incisivo: “Não pauto minhas ações por viés eleitoral. Se eu fosse fazê-lo, tomaria outras decisões muito mais populares, que renderiam muito mais votos. Não é esse o meu papel ao assumir a Presidência do Senado. A Presidência do Senado é algo muito sério. É muito importante para a democracia, para a estabilidade (…) Qualquer instabilidade é muito ruim para o país”.

Foi nesse contexto que ele lembrou ter comandado a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, quando era deputado federal, e, por duas vezes, presidente do Senado. Pacheco reavalia sua carreira, neste fim de ciclo no Poder Legislativo, deixando em aberto a possibilidade de se candidatar a outros cargos. “Tenho como compromisso de encerramento do meu mandato na Presidência do Senado, mais dois anos como senador. Lá na frente, eu vou pensar. Se eu pautasse minhas ações nesse momento por apelo eleitoral, eu faria muitas coisas ruins, e eu não quero fazer isso”, afirmou.

Perguntado sobre uma frase do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que disse que Pacheco deveria ser ministro da Suprema Corte, o senador rechaçou: “Hipótese descartada. Agradeço a confiança do ministro Gilmar Mendes, uma pessoa por quem eu tenho um grande carinho, uma admiração. Ele lembra muito mais por uma bondade dele do que uma razão concreta nisso. Não há essa hipótese”, disse.

Pacheco permanece em Paris, onde, hoje, tem uma reunião no Senado francês, no Palácio de Luxemburgo. Ontem, um domingo ensolarado e de temperatura amena, os jardins estavam cheios. O parlamentar deve voltar a Brasília logo depois da reunião.

No Senado brasileiro, o tema que continua em alta é a perspectiva de votação da emenda que limita as decisões monocráticas dos ministros do STF. Se essas medidas ganharem um tom de recado à Corte, a tendência é de que fiquem na gaveta. Por enquanto, Pacheco dá a entender que irá devagar com essa análise.

“Não podemos trabalhar com recado a ninguém, muito menos a outro Poder que temos que respeitar. Estamos aprimorando a legislação e os comandos constitucionais. Para fazer isso é importante ter convicção de que isso é bom e, para se ter convicção, é preciso que haja debate. E para se ter debate é preciso que haja tempo. Então, obviamente, vamos trabalhar com um tempo racional para permitir que haja convicção sobre cada uma dessas medidas”, disse, referindo-se também à questão de mandatos para ministros do STF, tema que tem o aval de alguns integrantes da Suprema Corte. Até aqui, a avaliação de políticos presentes ao Fórum Internacional Esfera em Paris é que, se o tema for a plenário, o placar será superior a 70 votos.

Com informações do Correio Braziliense

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