Na representação entregue à PF, ministro do STF diz que filho levou tapa que derrubou os seus óculos, e pessoas presentes contiveram os agressores, para que não houvesse mais danos
Alexandre de Moraes relata como ele e a família foram agredidos no aeroporto de Roma · Ouvir artigo
O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes (STF), que é presidente do Tribunal Superior Eleitoral, relatou à Polícia Federal como ele e a família foram agredidos no aeroporto internacional de Roma na última sexta-feira.
O relato está na representação que o ministro entregou à Polícia Federal pela apuração do episódio em que um grupo de brasileiros o agrediu no aeroporto internacional de Roma na última sexta-feira, informa a coluna de Malu Gaspar, em O Globo.
Quatro membros da mesma família foram intimados a depor neste domingo e eram esperados ainda nesta manhã na delegacia da PF em Piracicaba, a 150 km de São Paulo. Só Alex Zanatta, genro do empresário Roberto Mantovani Filho, prestou o depoimento.
Mantovani e a esposa, Andréia Munarão, alegaram que tinham viagem marcada e pediram para depor na próxima terça-feira.
A equipe da coluna de Malu Gaspar teve acesso ao conteúdo da representação, que descreve três dos quatro membros da família como agressores: Roberto Mantovani Filho, Andréia Munarão, e o genro do casal, Alex Zanatta.
Segundo a representação, o filho do casal, Giovani Mantovani – também intimado a depor pela PF – tentou conter os outros três.
De acordo com o relato de Moraes à PF, ele estava na área de embarque do aeroporto por volta das 19 horas da noite de sexta quando Andreia Munarão se aproximou o chamando de “bandido, comunista e comprado”.
Em seguida, diz a representação, Roberto Mantovani Filho, “passou a gritar e, chegando perto do meu filho, Alexandre Barci de Moraes, o empurrou e deu um tapa em seus óculos. As pessoas presentes intervieram e a confusão foi cessada”.
Moraes relatou à PF que, momentos depois, “a esposa Andréia e Alex Zanatta, genro do casal, retornaram à entrada da sala VIP onde eu e minha família estávamos e, novamente, começaram a proferir ofensas”.
O ministro não estava acompanhado de escolta policial no momento da abordagem, quando voltava de uma palestra na Universidade de Siena, onde participou de um fórum internacional de direito.
Na representação, ele contou ainda que foi falar com o grupo para pedir que parassem com as agressões. “Alertei que seriam fotografados para identificação posterior, tendo como resposta uma sucessão de palavras de baixo calão.” As fotos foram incluídas na representação.
Depois disso, o ministro e sua família entraram na sala VIP e os agressores ficaram do lado de fora.
De acordo com a PF, mesmo tendo ocorrido no exterior, os crimes podem ser apurados no Brasil, e as penas podem ser aplicadas.
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