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Moro é escrachado e chamado de “criminoso do ano” em Nova Iorque

Sindicalistas dos Estados Unidos e ativistas brasileiros realizaram nesta terça-feira (15), em Nova Iorque, um protesto contra a entrega do prêmio “homem do ano” dado ao juiz Sérgio Moro pela Câmara de Comércio Brasil/EUA.

Uma das faixas citava Moro como “criminal of the year” (criminoso do ano), numa referência a sua atuação na operação Lava Jato contra os interesses nacionais e em defesa de empresas norte-americanas no Brasil.

Organizada por coletivos que defendem a libertação de Lula e denunciam sua prisão política por Moro, a manifestação de repúdio reuniu dezenas de brasileiros e norte-americanos.

Os ativistas denunciaram o golpe parlamentar, midiático e judicial que derrubou a presidenta eleita Dilma Rousseff há dois anos e frisaram que Lula é, de fato, prisioneiro político desde o dia 7 de abril e é vítima de uma perseguição promovida por setores do Judiciário e do Ministério Público, que têm como objetivo impedir a sua candidatura à presidência da República nas eleições de outubro.

Lawfare

“Eleição sem Lula é fraude”, dizia um dos cartazes. “Moro pratica lawfare”, dizia outro, referindo-se à prática fascista de Moro de usar a lei para alcançar objetivos político-ideológicos.

O juiz de Curitiba condenou Lula por supostamente ser proprietário de um tríplex no Guarujá (SP), mas não apresentou uma prova sequer para incriminar o ex-presidente.

O líder do PT na Câmara, Paulo Lula Pimenta (RS), observou que o ato em Nova Iorque levanta uma suspeita sobre os motivos de um “juiz de província” ser tão homenageado nos EUA.

Um dos motivos, em sua opinião, seria uma compensação a Moro por serviços prestados a empresários que faturaram alto com o desmonte da economia e de empresas brasileiras promovido pela operação Lava Jato e o golpe de 2016 liderado por Michel Temer, Eduardo Cunha, Aécio Neves, PSDB e DEM.

Gradualmente, vários sindicatos de peso dos EUA têm se unido ao Comitê Defend Democracy in Brazil para defender a libertação de Lula.

Participaram do ato a AFL-CIO (Federação Americana do Trabalho e Congresso de Organizações Industriais), o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos (USW), o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Automobilística, Aeroespacial e Agrícola dos Estados Unidos (UAW), o Sindicato dos Trabalhadores de Alimentos e sua Comercialização (UFCW), o Sindicato do Varejo, Atacado e Lojas de Departamentos (RWSDU) e os ativistas do Defend Democracy in Brazil.

“A situação no Brasil agora reflete o que pode acontecer quando você tem pessoas em posições de poder com a intenção de oprimir qualquer movimento para melhorar a vida dos trabalhadores”, disse o vice-presidente da USW International, Fred Redmond. “Moro está buscando uma mudança de regime no Brasil, não justiça”, completou Redmond.

O protesto teve início por volta das 17h (hora local) e ocorreu na entrada do Museu Americano de História Natural, onde ocorreu um jantar em homenagem a Moro e ao ex-prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, com convites que chegaram a custar US$ 26 mil (mais de R$ 90 mil) por pessoa.

Texto atualizado para acréscimos de informações

Abaixo fotos do início do protesto

Fotos: Defend Democracy in Brazil