(Ricardo Stuckert / Instituto Lula).
LULA LIVRE!
Por Wadih Damous
No dia 7 de abril Lula foi preso.
Já foi dito que há momentos em que a honra de uma nação está nos cárceres. Pois hoje a honra da nação brasileira está na cela de Lula. Lá reside a honra do Brasil, a honra do povo brasileiro. A maior liderança popular, viva, em todo o mundo, foi presa. O maior estadista da história do Brasil está numa cela da Polícia Federal, em Curitiba, agora.
Nas horas de resistência democrática, em São Bernardo do Campo, Lula foi confrontado com seu destino. Grandes líderes do mundo sempre são confrontados com seu destino. Aí se mistura o estadista e o ser humano. A multidão cercou todas as saídas do Sindicato dos Metalúrgicos, as garagens inclusive. Como se dissessem a ele: “você não é dono do seu destino, você pertence ao povo brasileiro e nós não queremos entregar você aos seus algozes. Você é nosso, você pertence a nós”. Aí o grande líder – que tem responsabilidade com o seu povo, com a sua biografia, com a sua trajetória – se vê confrontado.
Num dado momento o presidente Lula me chamou para uma conversa, só eu e ele. Estava muito preocupado. Não queria uma carnificina. Tinha responsabilidade com o seu povo, por óbvio. E sabia que um massacre seria creditado a ele, ao PT, a nós.
Lula cumpriu o mandado para tirar das mãos de Moro o controle da situação. E tirou. Fez um ato político seguido à missa da Dona Marisa, muitas horas depois da determinação judicial para se apresentar à Polícia Federal. Deu uma foto pro mundo de sua altivez, indignação e grandeza. Denunciou o caráter político de sua prisão, a mídia golpista e os fascistas de toga. Fez o que se convencionou chamar de assumir o controle da narrativa.
E por que agiu assim? Porque Lula sabe que a luta pra ele não acabou. De dentro das masmorras de Curitiba ele continua sendo o ator político maior da resistência ao golpe, o líder perseguido que lidera todas as pesquisas para voltar ao cargo que honrou com uma aprovação de 83% dos brasileiros. Lula era um gigante, agora é um titã.
Agora, todos nós somos Lulas. Tenho raiva e indignação, mas que ninguém confunda com esmorecimento ou desespero. Ao contrário, tenho muita clareza do que fazer e já tenho as minhas tarefas para esse período.
Como parlamentar ou não como parlamentar, a luta da minha vida será a liberdade de Lula. Que seja o mais breve possível, e se não for o mais breve possível eu continuarei lutando até que ele saia das masmorras. Essa é a tarefa do povo brasileiro. Tirar da cadeia a sua maior liderança e aquele que é o único fator de esperança para os humildes. Chama-se Luís Inácio Lula da Silva. Seu lugar não é na prisão, seu lugar é no meio do povo.
Wadih Lula Damous