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Lula fará giro por Japão e Vietnã no final deste mês. Brasil valoriza parceria com a China, mas tenta evitar dependência em excesso do seu principal parceiro comercial.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) irá ao Japão e ao Vietnã no final deste mês nas primeiras paradas de uma agenda internacional planejada para ampliar parcerias na Ásia e sinalizar que o Brasil busca uma posição equilibrada em meio às disputas comerciais por hegemonia entre China e Estados Unidos.

Segundo fontes do governo, o Brasil não deseja fazer parte do campo de interesse americano ou chinês. Por isso, Lula planejou a agenda com a intenção de sinalizar que o Brasil é um país com múltiplos parceiros.

A busca por novos aliados na Ásia visa diminuir a dependência comercial da China e dos Estados Unidos, primeiro e segundo parceiros do Brasil, que no momento travam uma guerra comercial, iniciada por Donald Trump, por meio da taxação de produtos.

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Japão e Vietnã

Lula ficará uma semana entre Tóquio (24 a 27) e Hanói (27 a 29). No Japão, será recebido para uma visita de “primeira categoria”, a mais alta da diplomacia local e realizada uma vez por ano, que prevê audiência com o imperador Naruhito.

O presidente tentará ampliar o acesso da carne brasileira ao mercado japonês e participará de um fórum empresarial.

O embaixador para Ásia e Pacífico, Eduardo Paes Saboia, afirmou que o Brasil tem aprimorado parâmetros sanitários para melhor atender a demandas do mercado de carne bovina.

Segundo ele, as negociações são vistas com otimismo, uma vez que o Brasil foi declarado, em fevereiro, área livre de febre aftosa pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).

De acordo com dados do governo brasileiro, o país detém 20% da produção mundial de carne bovina e e 25% do mercado mundial deste produto.

Também há perspectiva de venda de aeronaves da Embraer.

Lula decidiu aproveitar a viagem para visitar o Vietnã, um país de economia emergente e que é visto por auxiliares do presidente com potencial de ampliar a corrente comercial com o Brasil.

China, Malásia e Indonésia no radar

Lula também negocia um roteiro em maio com passagens pela Rússia e pela China, dois parceiros do Brics, bloco de economias emergentes que também reúne Índia, África do Sul, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos, Indonésia, Irã e Arábia Saudita.

Chefes de Estado do Brasil, China, África do Sul e Índia e o chanceler russo em encontro do Brics de 2023. — Foto: Getty Images via BBC

Chefes de Estado do Brasil, China, África do Sul e Índia e o chanceler russo em encontro do Brics de 2023. — Foto: Getty Images via BBC

Em Moscou, o presidente deve participar das celebrações pela Dia da Vitória ao lado de Vladimir Putin, em 9 de maio.

Na sequência, pode seguir a Pequim para uma cúpula da China com países da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), caso seja oficializado o convite.

Em outubro há possibilidade de um giro por Malásia e Indonésia. Lula aguarda um convite oficial para o encontro da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), sediado na Malásia. O roteiro, a exemplo da ida ao Vietnã, é discutido para ampliar os parceiros comerciais na região.

Outra viagem que depende de convite é ao Canadá, para encontro do G7, em junho.

Estados Unidos

Em setembro, Lula deve fazer a tradicional viagem a Nova York para o discurso na abertura do debate da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Será a terceira participação neste mandato, em um evento que marcará o retorno de Trump ao palanque que reúne todos os países-membros do organismo multilateral.

Na abertura da Assembleia Geral da ONU, Lula fala sobre desastres climáticos e as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio — Foto: Mike Segar/ Reuters

Na abertura da Assembleia Geral da ONU, Lula fala sobre desastres climáticos e as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio — Foto: Mike Segar/ Reuters

Em paralelo ao debate de líderes globais, o governo brasileiro prepara, ao lado do Chile e da Espanha, uma nova reunião sobre defesa da democracia.

Não há definição sobre convite aos Estados Unidos, que, no ano passado, ainda na gestão Joe Biden, enviou um representante de escalão inferior.

Brics e COP 30

A agenda internacional do presidente foi desenhada também para conseguir apoio aos interesses do Brasil nos dois principais eventos que o país sediará neste ano: a cúpula do Brics, em julho no Rio de Janeiro, e a Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP 30, em novembro em Belém.

Auxiliares de Lula negociam viagens à França em junho e à Colômbia em agosto. Na França, o presidente pode participar da cúpula sobre oceanos, em Nice, e ter encontro com o presidente Emmanuel Macron, aliado nos debates sobre clima.

A Colômbia deve sediar um encontro com países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), no qual Lula pretende ajustar as posições da região para a COP 30.

Um dos temas prioritários para o Brasil na conferência em Belém é acertar mecanismos para que países mais ricos ajudem a financiar ações de transição energética e preservação ambiental.

Já em novembro, após a COP, o presidente retoma as atenções ao Brics, com a previsão de participar da cúpula do bloco na África do Sul.

Mercosul

A agenda do ano reserva duas cúpulas do Mercosul, uma na Argentina no meio do ano, e outra no Brasil, em dezembro.

No momento, o bloco sul-americano está no comando semestral da Argentina. Os atritos com a gestão de Javier Milei fazem o governo brasileiro apostar em uma estratégia de não incentivar discussões importantes, já que Lula sucederá o colega argentino no segundo semestre.

A expectativa é similar na União Europeia, cujo bloco será liderado no segundo semestre pela Dinamarca.

A diplomacia brasileira avalia que a atual guerra comercial, em um cenário de mercados mais fechados, pode acelerar a tramitação do acordo comercial com o Mercosul.

O acordo precisa passar pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho da União Europeia, os dois principais órgãos de decisão do bloco.

Diante do cenário atual, há otimismo entre auxiliares de Lula para um desfecho da tramitação até dezembro.

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