“O que falam em delação, em depoimentos, é problema de quem falou”, acrescentou Bolsonaro
Jair Bolsonaro tentou se defender das graves acusações de que seria peça-chave na trama golpista, culminando nos atos terroristas de 8 de Janeiro de 2023, quando bolsonaristas invadiram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, para reverter a vitória incontestável do presidente Lula.
Em entrevista ao jornalista Paulo Cappelli, do Metrópoles, nesta sexta-feira (15), Bolsonaro reagiu às revelações trazidas com a queda do sigilo sobre os depoimentos colhidos na operação que busca identificar os responsáveis pela tentativa de golpe.
“Sobre o Estado de Defesa e o Estado de Sítio, precisa convocar um conselho com diversos integrantes. Para que fosse implementado, precisaria convocar o conselho, inclusive com presidente da Câmara e do Senado. E não teve nenhum conselho convocado. Aqui não é Hugo Chávez, Maduro. Dados os considerandos, quem dá a palavra final é o Parlamento. Já a Garantia da Lei e da Ordem não se pode fazer do nada. Tem que ter fundamento”, disse.
“Não é crime falar sobre o que está previsto na Constituição Federal. Você pode discutir e debater tudo o que está na Constituição Federal. O que falam em delação, em depoimentos, é problema de quem falou. É uma narrativa idiota [dizer que houve crime]”, disse.
ENTENDA – A Polícia Federal (PF) indicou que a participação de Jair Bolsonaro na tentativa de golpe de Estado está comprovada, após a divulgação dos depoimentos colhidos nas investigações sobre os atos do 8 de Janeiro.
O ex-comandante da Aeronáutica Carlos Almeida Baptista Jr. revelou em seu depoimento à PF que Bolsonaro perguntou ao ex-advogado-geral da União Bruno Bianco se “haveria algum ato que se poderia fazer contra o resultado das eleições” de 2022.
Ele também afirmou que o então comandante do Exército, Freire Gomes, comunicou a sua intenção de prender Bolsonaro caso este tentasse levar adiante a intentona golpista.
Além disso, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, revelou à PF detalhes de uma pressão exercida por Bolsonaro e deputados do partido para ajuizar uma ação no TSE questionando o resultado do segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
Com informações do Brasil 247
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