Repare bem nos personagens da imagem acima: Duílio Malfatti, administrador das verbas federais de publicidade do governo federal, Fred Kachar, principal executivo da Globo, uma jovem do camarote da revista Quem, Elsinho Mouco, publicitário de Michel Temer, e Maria Beltrão, apresentadora da Globonews. É carnaval, é festa, é alegria geral.
Pois bem: dois dias depois desta imagem, o funcionário da Globo que concorreria à presidência da República, Luciano Huck, desiste da candidatura. Na sequência, Temer anuncia uma intervenção militar no Rio de Janeiro, que irá reprimir justamente as comunidades mais carentes da cidade. E a Globo, peça central na destruição da democracia brasileira, agora festeja em editoriais a “inevitável decisão” de Temer.
No texto, a Globo, que apoiou os golpes de 1964 e de 2016, afirma que “talvez seja pouco” deixar que os militares fiquem apenas até 31 de dezembro deste ano (leia aqui). Também se especula que, fracassada a reforma da Previdência, Temer, o vampirão da Tuiuti, esteja disposto a ser o “xerifão” do Rio, para tentar se viabilizar à própria sucessão. O curioso é apoio explícito da Globo a este projeto. Só não se sabe a que preço.
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