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A Delegacia de Homicídios da Capital tem um testemunho que contesta declarações de dois investigados pelo assassinato da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em março no centro da cidade do Rio de Janeiro. De acordo com Renato Nascimento dos Santos, o Renatinho Problema, o miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica (de quem seria braço direito), e o vereador Marcello Siciliano (PHS) se encontraram em pelo menos quatro ocasiões. Orlando e Siciliano haviam dito à especializada que só se conheciam “de vista”. Renatinho não é considerado suspeita do homicídio, mas está preso, pois, de acordo com a polícia, ele e Orlando respondem a pelo menos quatro inquéritos sobre assassinatos.

Em depoimento, o testemunho disse à polícia que trabalhou como motorista de Orlando e que tinha a rotina de levar o miliciano a uma empresa e ao apartamento de Siciliano, no Recreio. A empresa seria a Martinelli Imóveis, que, de acordo com a Junta Comercial, funciona no mesmo endereço da La Mia Vita Empreendimento Imobiliários, de propriedade do vereador. Os relatos do testemunho foram publicados pelo jornal O Globo.

Quem é o vereador Marcello Siciliano? Ele é autor de uma lei autorizando um templo de cinco andares da Igreja Batista Atitude, na Barra da Tijuca. Por ser um edifício muito alto, era necessária uma lei para aprovar a construção. O local é frequentado por Michelle Bolsonaro e o marido Jair. Ela ganhou uma festa de despedida da turma após sua mudança para Brasília e foi presenteada com um mural em que aparece ao lado de Eva Perón, Margaret Thatcher, a Princesa Diana e a xará Michelle Obama. Siciliano esteve na festa.

Em abril, Siciliano prestou depoimento na Divisão de Homicídios na condição de testemunha do caso Marielle, mas já era investigado.

Dois dias depois, um colaborador dele, Carlos Alexandre Pereira, foi morto a tiros na Taquara, Zona Oeste da cidade, tradicional reduto de milícias.

Fabrício Queiroz, também ex-PM e ex-assessor de Flávio Bolsonaro citado pelo Coaf pela movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão, mora no mesmo bairro.

Em maio, uma ligação interceptada pela Polícia Civil mostrava Siciliano pedindo a ajuda de um miliciano para inaugurar um “projeto social” numa região controlada por essas organizações.

Plantão Brasil

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