No seu ódio à “revolução bolivariana”, a imprensa brasileira – que parece uma sucursal rastaquera da mídia imperial dos EUA – já divulgou incontáveis mentiras sobre a Venezuela. Quase diariamente os jornalões e as emissoras de rádio e tevê destilam o seu veneno contra o país vizinho. A Folha, que apoiou os dois últimos golpes no Brasil (1964 e 2016) e respaldou o regime militar e a quadrilha de Michel Temer, até decidiu rotular o governo de Nicolás Maduro de “ditadura” – apesar das inúmeras eleições ocorridas desde a chegada de Hugo Chávez ao poder. Já o Jornal Nacional, da golpista TV Globo, é o campeão na prática do “jornalismo de guerra” contra a Venezuela. Esta obsessão doentia, porém, costuma produzir algumas cenas risíveis – como o recente caso do brasileiro Jonatan Diniz.
Ainda não se sabe ao certo se o gaúcho de 31 anos que mora em Los Angeles (EUA) é mercenário, agente da CIA, vigarista ou doente mental. Mas ele conseguiu desmoralizar ainda mais a mídia nativa e os grupelhos fascistas chocados por ela – como o Movimento Brasil Livre (MBL). Jonatan Diniz, que se diz criador de uma ONG que arrecada doações para crianças famélicas, foi preso na Venezuela sob a acusação de práticas criminosas. De imediato, a TV Globo e o restante da imprensa colonizada – que sempre trataram com naturalidade a miséria de milhões de crianças brasileiras – iniciaram uma campanha pela libertação do sujeito. Esta ação “humanitária” quase agravou ainda mais as já tensas relações diplomáticas entre os dois países.
Após passar 11 dias na cadeia e ser deportado para os EUA, o pilantra divulgou um vídeo na internet confessando que foi ao país com a intenção deliberada de ser preso para impulsionar a arrecadação financeira da sua desconhecida ONG. “Eu planejei ir para a Venezuela, chamar atenção e ser preso… Queria essa repercussão para vocês prestarem atenção, tem criança morrendo. Graças a Deus não fizeram nada de mau comigo, e o plano deu absolutamente certo”, afirma o sorridente Jonatan Diniz no vídeo. Ele ainda aproveita para ironizar o papel da imprensa como promotora de escândalos. “Porque quanto mais notícia ruim, a gente cria má vibração no planeta, cria uma realidade estúpida”.
A mídia nativa e seus jagunços de plantão, como Danilo Gentili e Rachel Sheherazade, ainda não fizeram autocrítica do mico monumental, do vexame que entra para os “anais” do jornalismo. Já os fedelhos do MBL até agora tentam se justificar para os seus seguidores fanáticos – inclusive os otários que fizeram doações à ONG de mentirinha. Em postagem nas redes sociais, o grupelho alega que foi enganado pelo “psicopata”. “O MBL vem por meio desta pedir desculpas a seus seguidores por tê-los envolvido na campanha para libertar um charlatão desonesto que envergonha o país… E lamenta pelo incansável trabalho dos ativistas que batalharam durante o Natal e o ano novo divulgando a arbitrariedade cometida pela ditadura de Maduro”. Patético!
Em tempo: Quem também caiu como gaita na pegadinha foi a advogada reprovada Janaina Paschoal, aquela que entrou em transe no processo de impeachment de Dilma Rousseff e depois foi cuidar dos banheiros públicos para ajudar o “prefake” de São Paulo. Em seu Twitter, ela atacou Nicolás Maduro e rosnou: “Onde estão os defensores dos direitos fundamentais? Ah! Esqueci! Eles não se importam quando os abusos são praticados por ditadores amigos! Tem um brasileiro sequestrado na Venezuela e ninguém fala nada”. Ela é quem devia, mais uma vez, ficar calada! Também a subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Balneário Camboriú (SC) fez papel de otária. Em nota divulgada na quinta-feira (11), ela lamentou o episódio e criticou a atitude “egoísta, vaidosa, irresponsável, desnecessária e desrespeitosa” de Jonatan Diniz.
Por Altamiro Borges