Afirmou novamente que “ser patrão é um tormento” e defendeu o fim dos direitos trabalhistas: “tem que se aproximar da informalidade”.
foto: Agência Brasil
Na última quarta-feira (12) numa reunião com deputados do DEM em Brasília, o presidente eleito Jair Bolsonaro, reforçou novamente seu compromisso com os capitalistas e patrões na retirada dos direitos da classe trabalhadora.
Em relação aos direitos trabalhistas Bolsonaro declarou que “no que for possível, sei que está engessado o artigo sétimo [da Constituição], mas tem que se aproximar da informalidade”. Essa declaração veio acompanhada da sua condolência com aqueles que buscam explorar até a última gota de suor dos trabalhadores, já que para ele “ser patrão no Brasil é um tormento”.
Veja no vídeo:
Bolsonaro já tinha indicado seu plano em algumas entrevistas durante as eleições: “Os trabalhadores devem escolher: todos os direitos e nenhum emprego, ou menos direitos e algum emprego”. “Quanto mais direitos se dá a alguém pior fica”, diz Bolsonaro. Como confessa o próprio Bolsonaro, ele votou a favor da nefasta reforma trabalhista “com sugestão dos empresários”. Bolsonaro é um servo do grande capital estrangeiro, que quer diminuir o chamado “custo Brasil”. Para isso, precisa acabar com os direitos trabalhistas. Veja o vídeo:
Está mais do que claro que a terceirização irrestrita aprovada por Temer e a Reforma Trabalhista não criaram empregos. Elas serviram somente para aumentar a exploração dos trabalhadores e os lucros dos patrões.
Bolsonaro foi eleito como herdeiro do golpe institucional e das eleições manipuladas para levar adiante as reformas que Temer não implementou, privatizar as estatais como a Petrobras e subordinar ainda mais nosso país aos interesses das potências imperialistas, especialmente os EUA de Trump.
Frente à crise capitalista a burguesia conta com o apoio do avanço do autoritarismo judiciário, de Bolsonaro e dos militares que vêm ganhando presença destacada em seu governo, para levar a cabo a Reforma da Previdência, aprofundar a Reforma Trabalhista e a precarização do trabalho jogando no lixo os direitos historicamente conquistados pela luta da classe trabalhadora.
Para se enfrentar com esse projeto é fundamental a unificação do conjunto da classe trabalhadora, o que implica que as grandes centrais sindicais como a CUT e a CTB rompam com a paralisia que estão colocando a classe trabalhadora, para articular de fato todas as centrais sindicais num plano de luta comum.
Como parte desse processo, nós do Esquerda Diário também defendemos a necessidade de que a classe trabalhadora retome os sindicatos como instrumentos de organização e luta, se apoiando na força do movimento de mulheres, negro, indígena e LGBT para revolucioná-los, unificando os trabalhadores efetivos e terceirizados.
Enquanto Bolsonaro declara que “os trabalhadores devem escolher: todos os direitos e nenhum emprego, ou menos direitos e algum emprego”. Cabe à classe trabalhadora exigir de suas direções sindicais a unificação das nossas fileiras numa luta comum contra esse projeto entreguista e neoliberal, que busca condenar os trabalhadores ao trabalho precário até a morte, enquanto os patrões seguem batendo recordes de lucros.
Uma resposta que se oponha ao projeto escravista de Bolsonaro e defenda de fato os interesses da classe trabalhadora, necessariamente precisaria levantar um programa que faça com que sejam os capitalistas aqueles que paguem por essa crise, a começar pela abolição da reforma trabalhista e do infernal trabalho intermitente, avançando para a divisão das horas de trabalho entre empregados e desempregados, para a redução da jornada de trabalho sem redução salarial, e a incorporação de todos os terceirizados como trabalhadores efetivos.
Lutando contra as privatizações e o entreguismo de Bolsonaro, defendendo uma Petrobras 100% estatal sob gestão dos trabalhadores e controle da população, sem um centavo para os acionistas privados.
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