No último domingo (13), uma “Trump Boat Parade”, uma espécie de “barcociata trumpista”, realizada em Jupiter, Flórida, nos Estados Unidos, foi marcada pela presença de neonazistas, que balançavam bandeiras com suásticas e gritavam palavras de ódio como “Poder Branco”, “Heil Trump” e “Make America White Again!”.
A parada de barcos, organizada em apoio à candidatura de extrema-direita, com divulgação de Eric Trump, segundo filho do candidato do Partido Republicano, reviveu o fenômeno da “Trump Armada” de 2020, quando apoiadores ricos do ex-presidente navegavam por portos em iates e barcos de luxo, agitando bandeiras pró-Trump.
O evento, que aconteceu em uma das áreas mais ricas da Flórida, foi promovido como “a mãe de todas as paradas de barcos Trump” por Roger Stone, aliado do ex-presidente estadunidense. A programação incluía um impressionante show aéreo, com paraquedistas descendo com bandeiras de “Trump 2024”, atraindo um público endinheirado.
Em uma embarcação decorada com bandeiras de Trump e do regime nazista de Hitler, os extremistas gritavam ofensas contra judeus e utilizavam termos racistas.
As imagens desse ato chocaram até mesmo Mary L. Trump, sobrinha do ex-presidente e crítica frequente de suas ações, que expressou sua indignação na rede X, antigo Twitter: “Que porra estamos fazendo?”.
Os ocupantes do barco neonazista usavam máscaras de caveira e óculos escuros para esconder suas identidades. Um vídeo gravado a bordo da embarcação foi compartilhado por um usuário do Telegram com o nome “Coach 88”, com a legenda “Nacional-Socialistas invadem a parada de barcos de Trump”. O vídeo foi posteriormente promovido pela Goyim Defense League, um conhecido grupo fascista na Flórida.
O número 88, usado em códigos neonazistas, refere-se à posição da letra H, a oitava no alfabeto (88=HH=Heil Hitler). Outro código amplamente utilizado por supremacistas brancos é o 14, que faz alusão a um lema supremacista de 14 palavras sobre garantir “um futuro para as crianças brancas”.
Juntos, os números 1488 funcionam como um sinal de reconhecimento entre grupos racistas. Os neonazistas na parada também acenaram com um pôster do fundador da MyPillow, Mike Lindell, com um preço promocional de US$ 14,88, valor que ele já havia utilizado em uma oferta anterior, alegando desconhecimento do seu significado racista.
A resposta dos organizadores da parada de barcos foi rápida. No dia 14 de outubro, um dos organizadores publicou no Facebook um vídeo mostrando um grande barco de um apoiador de Trump jogando água nos neonazistas com as hélices da embarcação.
“Esses patriotas cuidaram dos infiltradores que apareceram, fingindo estar do nosso lado, usando máscaras e levantando terríveis bandeiras nazistas”, afirmou o post. A publicação ainda adicionou: “Não caiam nas fake news… Nosso movimento durante todo o fim de semana foi baseado em valores familiares, cristianismo e patriotismo”. Tentando desviar o foco, em um post anterior, os organizadores haviam descrito os neonazistas como “agitadores” enviados pela esquerda.
Entre as atividades oficiais, Eric Trump também participou da celebração em um barco decorado com um gigantesco busto de seu pai, manchado com marcas de sangue, numa aparente referência à tentativa de assassinato em Butler, Pensilvânia, no qual Donald teve a orelha atingida por um estilhaço de tiro.
Com informações do Diário do Centro do Mundo
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